Organização de trotes
responsáveis, respeito ao sigilo, uso ético de cadáveres durante as atividades
de ensino e prevenção ao assédio moral e às relações abusivas nas escolas.
Estes são alguns dos temas abordados no primeiro Código de Ética do Estudante de Medicina (CEEM) no Brasil , uma iniciativa inédita do Conselho Federal de
Medicina (CFM) que oferece ao universo do sistema formador desta profissão um
conjunto de princípios para balizar as relações dentro e fora das salas de
aula.
O
documento - lançado nesta terça-feira (14/08), em
evento em Brasília (DF) - tem foco nos
acadêmicos que se preparam para exercer futuramente a Medicina. O CEEM
brasileiro preenche lacuna, em nível nacional, e se inspira em experiências de códigos semelhantes editados em outros
países, como Inglaterra, Estados Unidos e Canadá. Anteriormente, no Brasil,
algumas instituições de ensino e Conselhos Regionais de Medicina haviam
elaborado textos com o mesmo objetivo, mas com abrangência local.
Diferentes
eixos - O Código de Ética do Estudante de
Medicina contém 45 artigos
organizados em seis diferentes eixos, os quais ressaltam atitudes, práticas e
princípios morais e éticos. O trabalho de elaboração desse texto teve início há
dois anos e foi concluído durante fórum específico, organizado pelo CFM e que
contou com a participação de representantes de várias entidades que mantém
interface com o tema.
[...]
Principais pontos do
Código de Ética Médica do Estudante
Sigilo
Médico: Orienta o estudante a guardar sigilo
a respeito das informações obtidas a partir da relação com os pacientes e com
os serviços de saúde. E veda ao acadêmico a quebra do sigilo;
Assédio
moral: Orienta o estudante a se posicionar
contra qualquer tipo de assédio moral ou relação abusiva de poder entre
internos, residentes e preceptores;
Trotes:
Compreende como um direito o estudante participar da
recepção dos ingressantes, mas em um ambiente saudável. Também destaca como
dever a denúncia de qualquer prática de violência física, psíquica, sexual ou
dano moral e patrimonial;
Exercício
ilegal: Proíbe o acadêmico identificar-se
como médico, podendo qualquer ato por ele praticado nessa situação ser
caracterizado como exercício ilegal da medicina;
Remuneração:
O estudante de medicina não pode receber honorários ou salário pelo exercício
de sua atividade acadêmica institucional, com exceção de bolsas regulamentadas;
Relação
com cadáver: Destaca o respeito com o cadáver,
incluindo qualquer peça anatômica utilizados com finalidade de aprendizado;
Supervisão
obrigatória: Instrui que a realização de
atendimento por acadêmico deverá obrigatoriamente ter supervisão médica;
Respeito
pelo paciente: Orienta o estudante a demonstrar
empatia e respeito pelo paciente;
Respeito
no atendimento e aparelhos eletrônicos: Destaca como dever do
estudante dedicar sua atenção ao atendimento ministrado, evitando distrações
com aparelhos eletrônicos e conversas alheias à atividade;
Privacidade:
Garante o respeito a privacidade, que contempla, entre
outros aspectos, a intimidade e o pudor dos pacientes;
Mensagens
whatsapp: Permite o uso de plataformas de
mensagens instantâneas para comunicação entre médicos e estudantes de medicina,
em caráter privativo, para enviar dados ou tirar dúvidas sobre pacientes;
Equipe
multidisciplinar: Orienta os estudantes a se
relacionarem de maneira respeitosa e a respeitarem a atuação de cada
profissional da saúde.
Grifo nosso
Fonte: Assessoria de
Imprensa do CFM
Imagem:
academiamedica.com.br
Curta e compartilhe no
Facebook
Sem comentários:
Enviar um comentário