Dos 150 delegados
presentes no 8º Encontro Nacional de
Entidades Médicas, no dia 27 de junho, 85% votaram a favor da criação de um
exame obrigatório de proficiência para recém-formados em medicina.
Assim
como acontece com os advogados aprovados pela OAB, entidades médicas também
defendem uma prova obrigatória para o exercício da profissão.
Alguns conselhos
regionais aplicam exames, mas a participação não é obrigatória e o médico pode
conseguir o registro mesmo se for reprovado.
Está em tramitação no
Senado, no entanto, o projeto de lei 165/2017, que versa sobre a criação de um
exame nacional gerenciado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O relator é o senador Ronaldo Caiado (DEM-Go),
que também é médico ortopedista.
De acordo com o senador, a medida tem como
objetivo garantir a qualidade dos profissionais frente à proliferação de
escolas médicas no país, nem sempre com um ensino de qualidade.
A
Associação Médica Brasileira (AMB) é uma das entidades que defende o exame
obrigatório. “Precisamos de um filtro
minimamente razoável e seguro para evitar que profissionais malformados entrem
no sistema de saúde. Isso é condição fundamental para garantirmos um
atendimento de qualidade à população”, alertou Lincoln Ferreira, presidente da
AMB, em nota.
“Médico bem formado
custa caro. Mas médico malformado custa mais caro ainda. Ele é um risco para a
saúde pública, pois está muito mais suscetível a erros e porque sobrecarrega o
sistema: diagnósticos mal feitos geram exames desnecessários, medicação
inadequada e aumento de internações. Já temos um sistema de saúde
subfinanciado, que acaba ainda sendo sacrificado por conta deste quadro que só
vem aumentando. E, infelizmente, todas as ações do governo são na direção
contrária à solução necessária”, argumenta o presidente da AMB.
O modelo que a entidade
defende é o de avaliações seriadas, assim como ocorre em outros países.
Nesse caso, o aluno não
é avaliado só no final do curso, mas também durante a graduação, com provas ao
final do segundo, do quarto e do sexto ano.
Dessa forma, os
estudantes e a escola podem trabalhar nos pontos fracos e corrigi-los.
A forma como o exame
será criado ainda está em aberto. A obrigatoriedade, por sua vez, é quase
unânime.
Brasileiros
apoiam a medida
De acordo com
levantamento feita pelo instituto de pesquisa Datafolha, 91% dos brasileiros são favoráveis à criação de um exame nacional
para exercer a profissão de médico.
Foram ouvidas 4.060
pessoas acima de 16 anos na pesquisa. A margem de erro é de dois pontos para
mais ou para menos. Do total de entrevistados, 35% disseram que a qualificação dos médicos brasileiros piorou nos
últimos anos.
Grifo nosso
Fonte:
escolasmedicasdobrasil.com.br
Imagem: medimagem.com.br
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