terça-feira, 20 de março de 2018

AMB quer exame nacional de proficiência em medicina

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Para a Associação Médica Brasileira, os estudantes de medicina ou mesmo os médicos recém-formados, diplomados pelas universidades, só podem ter licença para atuar (registro profissional no CFM) depois que forem aprovados pelo Exame Nacional de Proficiência em Medicina.

“Precisamos de um filtro minimamente razoável e seguro para evitar que profissionais malformados entrem no sistema de saúde. Isso é condição fundamental para garantirmos um atendimento de qualidade à população”, alertou Lincoln Ferreira, presidente da AMB, durante a reunião do Conselho Deliberativo da entidade, ocorrida nesta sexta-feira, 15, em Natal/RN. O encaminhamento do tema nesta direção foi aprovado em votação por unanimidade pelo Deliberativo.

A entidade há muito vem se posicionando sobre a necessidade de uma avaliação que realmente preserve o cidadão do risco que é ser atendido por um médico malformado. As escolas médicas precisam ser avaliadas e os alunos também. E quem não está preparado não pode exercer a medicina. “Não podemos permitir que a população seja enganada. Se sabemos que os médicos estão sendo formados sem as condições necessárias para atender a população, por que motivo devemos deixar que atuem? ”, questiona Lincoln.[...]

 [...] 91% DOS BRASILEIROS APOIAM CRIAÇÃO DE EXAME – Segundo o Datafolha, é quase total o apoio da população à exigência de um exame para garantir a qualidade da formação dos médicos ao ingressarem no mercado de trabalho. Foram ouvidas 4.060 pessoas acima de 16 anos na pesquisa.

A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos; 35% dos entrevistados disseram que a qualificação dos médicos brasileiros piorou nos últimos anos. [...]

[...] Os conselhos de medicina precisam da prerrogativa de não registrar o profissional que não tiver sido aprovado pelo Exame Nacional de Proficiência em Medicina.

Hoje não há esta prerrogativa, e mesmo os médicos que tiveram performance insuficiente nos exames, ou nem participaram destes, podem receber o registro profissional. [...]

MODELO DE EXAME NACIONAL DE PROFICIÊNCIA EM MEDICINA – Para a AMB, é fundamental que o exame seja nacional e obrigatório.

Além disso, o aluno não pode ser avaliado somente depois de concluído o curso.
São necessárias avaliações seriadas, como é feito em diversos países, ao final do segundo, do quarto e do sexto ano. Isso permite que o estudante identifique seus pontos fracos e, junto com a escola, possa atuar para correção destas fragilidades. Desta forma, as próprias escolas podem avaliar e corrigir os problemas identificados nas avaliações. 

“O Exame Nacional de Proficiência em Medicina terá grande impacto na qualificação do estudante de medicina e garantirá maior qualidade no atendimento da população. E também será importante para avaliação das escolas médicas, principalmente das que foram abertas sem as condições necessárias para formação de bons profissionais”, explica Lincoln.

DIPLOMAS ESTRANGEIROS – A proposta da AMB é de que brasileiros ou estrangeiros formados em medicina fora do país também passem pelo mesmo Exame de Proficiência em Medicina. E só depois de aprovados poderão receber o registro profissional que autoriza para atuar como médico no território nacional. 

O exame só poderá ser feito depois de o médico ter passado pelo Revalida, processo do Ministério da Educação que avalia a adequação do curso feito no exterior aos parâmetros brasileiros.

NÍVEL BAIXO – Diversos exames semelhantes têm sido realizados por entidades médicas brasileiras, mas de forma isolada, como o Exame do Cremesp e do Cremers. Os resultados são alarmantes. E deixam claro que há em curso um verdadeiro descaso com a qualidade do ensino médico no Brasil. “Precisamos de um exame nacional, construído de forma que se possa avaliar realmente e de forma assertiva o nível do ensino médico que está sendo dado aos alunos e a qualidade dos profissionais que estão sendo formados”, afirma Lincoln.

O último exame do Cremesp, divulgado em fevereiro, revela de forma clara o total despreparo de um contingente grande de médicos formados:

81% não souberam interpretar uma mamografia;
• 78% erraram o diagnóstico de diabetes;
• 75% não identificaram tratamento para hemorragia digestiva alta.

PROJETO DE LEI – Para viabilizar essas mudanças, principalmente com a segurança jurídica necessária, a Associação Médica Brasileira levará, em breve, ao Governo Federal e ao Congresso uma proposta de Projeto de Lei.

Grifo nosso
Fonte: AMB
Imagem:ampe-med.com

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