A
saúde é, de acordo com uma pesquisa de 2014 da Datafolha, o maior problema do
Brasil. [...]
[...]
Em algum momento um repórter poderá telefonar para o seu hospital ou
consultório, solicitando uma entrevista sobre questões médicas, temas atuais
relacionados à saúde, ou ainda em busca de uma boa história de superação.
Enquanto
alguns médicos conseguem lidar com essa situação com naturalidade, outros podem
ter complicações ao tentar contar ou explicar algo. [..]
Confira:
1) Posicione-se com
conhecimento e segurança sobre o assunto.
Saiba informações precisas daquilo que for apresentar, como nome das pesquisas,
dos estudos citados, por quem e em qual universidade, hospital ou centro de
pesquisa ela foi desenvolvida. Anote estas informações e mantenha junto com
você antes mesmo de conceder entrevista;
2) Você é o especialista a
ser procurado.
Quando você lê um artigo na qual você domina o assunto, escreva um e-mail para
o repórter (os sites dos jornais costumam apresentar o email dos profissionais)
ou para o jornal/portal – como o www.setorsaude.com.br – e apresente seu ponto
de vista, acrescentando que você se coloca à disposição para comentar sobre
temas semelhantes. Se a notícia for internacional, tente contextualizar com
informações locais. E se você escreveu um artigo interessante ou inovador,
demonstre interesse em compartilhar os resultados do mesmo;
3) Humanize seu assunto. Os meios de comunicação precisam ter
acesso ao seu conhecimento, porém depoimentos de pacientes humanizam a
história. Muitos pacientes estão dispostos a contribuir com você e de ser
exemplo de superação para outros. Mas importante: para que tudo ocorra da
maneira correta, sempre consulte o paciente antes, pedindo autorização para
utilizar sua imagem e seus depoimentos. Se realizar a entrevista dentro do
local onde você trabalha, é importante informar e pedir a aprovação da empresa.
Deixe tudo sempre documentado;
4) Não diga algo em “off”. A menos que você conheça o jornalista,
não há garantias de que sua declaração não será usada. Nunca diga algo que você
não quer ver publicado;
5) Não peça a um repórter
para ver a reportagem antes de ser publicada.
Jornalistas não precisam de aprovação para publicar um texto, mesmo que o texto
inclua suas citações. Quando necessário, o veículo de comunicação pode fazer
novo contato para se certificar que suas citações são precisas;
6) Solicite tempo para você
se preparar. Se
você receber o contato de um repórter sobre um problema em sua especialidade ou
área relacionada, respire, peça para que ele faça novo contato em cinco
minutos. Em seguida, anote seus pensamentos e argumentos para repassá-los;
7) Você não é superior à
imprensa.
Seja natural, desça do pedestal e seja amigável, não seja grosseiro nem
condescendente. O repórter não é obrigado a saber de antemão questões que para
você são corriqueiras e banais;
8) Tenha cuidado para não
falar jargões.
Certifique-se de que você falará sobre termos médicos para que sejam entendidos
também por leigos. Evite utilizar um “idioma próprio”, com gírias e jargões
médicos. O repórter não é um médico, por isso ajude-o a entender e a traduzir
palavras do meio profissional da saúde. Vale ressaltar, porém, que para algumas
revistas especializadas ou segmentadas, o uso de termos específicos poderá – e
deverá – ser utilizado. Procure conhecer de antemão a linha editorial do
veículo e qual tipo de público atinge;
9) Agradeça. Se você é citado em uma reportagem,
envie um e-mail ou até mesmo uma nota escrita à mão, como agradecimento. Isto
abre muitas portas;
10) Seja cuidadoso para não dar preferência a
algum repórter ou veículo –
Se você estiver envolvido em uma importante notícia, é melhor divulgar um
comunicado à imprensa ou uma nota aberta. A exceção é uma grande notícia de
última hora, uma reportagem exclusiva;
11) Prepare o ambiente. Se for receber o jornalista em seu
local de trabalho, consultório, ou até mesmo em sua casa, é importante
demonstrar organização e principalmente limpeza. Receber em ambiente limpo e
saudável, sem papéis jogados ou amontoados, com equipamentos e móveis bem
distribuídos e profissionais com uniformes impecáveis demonstram
profissionalismo e qualidade. Esta é uma imagem positiva dos ambientes de
saúde, o que se espera ver. O contrário disto pode estragar totalmente a sua
história, passando uma impressão negativa, indicar desleixo e tirar até mesmo a
sua credibilidade – ou a do estabelecimento de saúde;
12) Simpatia e Empatia.
Médicos podem ter a imagem de inacessíveis e ou de antipáticos. Alguns
dizem até, que médicos se acham “deuses”. É claro que estas afirmações existem
por algum motivo, mas estão longe de serem verdadeiras. Em todas as áreas temos
pessoas que se esforçam mais do que outras para conseguirem atender com simpatia
e empatia os pacientes, colegas e outros profissionais. A palavra simpatia vem
do grego “sentir juntos o mesmo”. John Gregory, médico escocês e um dos
principais nomes do movimento Iluminista – ou Esclarecimento Escocês –,
defendia que a simpatia era imprescindível para uma relação médico-paciente
profícua. Empatia pode ser entendida como a atitude e interesse de olhar com o
olhar do outro. A falta de empatia é entendida como desconsideração. Ou seja,
simpatia e empatia andam juntas e devem ser fundamentais na relação
médico-paciente. Mas também devem ser valorizadas na relação médico-jornalista.
Entenda o jornalista como um parceiro na função de se comunicar com a
sociedade.
Grifo nosso
Fonte: setorsaude.com.br
Imagem:
carmelitasjovens.blogspot.com.br
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