Pesquisa
inédita foi realizado pela Fiocruz e pelo Cofen, com a maior categoria do setor
de saúde, que reúne 1,8 milhão de enfermeiros, técnicos e auxiliares.
Cerca
de 70% dos profissionais de enfermagem não se sentem seguros no local de
trabalho, segundo dados de uma pesquisa inédita com o perfil da maior categoria
do setor de saúde, que reúne 1,8 milhão de enfermeiros, técnicos e auxiliares.
O estudo foi realizado pela Fiocruz
e pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e mostra que um quinto dos
trabalhadores (19,8%) relata a existência de violência no ambiente de trabalho, principalmente a
violência psicológica (66%).
Foram
entrevistados, através de questionários eletrônicos, 36 mil profissionais dos
27 Estados brasileiros.
Segundo
o presidente do Cofen, Manoel Neri da Silva, a falta de segurança ocorre em
praticamente todos os serviços públicos de saúde.
Para
Neri, a população está insatisfeita com o sistema de saúde e descarrega esse
sentimento no primeiro profissional que vê pela frente, que é o da enfermagem.
Uma
pesquisa realizada pelo Datafolha mostra que, na opinião de 26% dos
entrevistados, a saúde é o principal problema do país.
A
maioria dos profissionais de enfermagem entrevistados pela Folha de S. Paulo
relataram histórias de agressões verbais ou físicas, muitas delas praticadas
por parentes do paciente.
De
acordo com a presidente do CorenSP (Conselho Regional de Enfermagem de São
Paulo), Fabíola Braga Mattozinho, a violência tem piorado nos últimos meses e
afeta, principalmente, as mulheres, que são a maioria dos profissionais de
enfermagem (85%)
.
Há
casos de estupro e inúmeras agressões e todos estão sendo mapeados, afirma
Mattozinho.
Um
dos casos de estupro ocorreu no mês passado, em São Bernardo (SP), próximo a
UPA onde a vítima, uma auxiliar de enfermagem, trabalha.
O
Coren pediu à Secretaria de Segurança melhoria do policiamento preventivo e
ostensivo nas regiões próximas às unidades de saúde.
Para
o enfermeiro e conselheiro do Coren, Luciano Rodrigues, há omissão dos gestores
em denunciar os casos de violência contra os profissionais porque isso pode
configurar acidente de trabalho.
Segundo
Rodrigues, o profissional tem medo de denunciar as agressões e, por isso,
sofrer represálias.
Grifo nosso
Fonte: Jornal Folha de São
Paulo
Imagem:ismbr.wordpress.com
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