Uma
pesquisa realizada pelo Instituto
Datafolha com 4.060 pessoas de todas as regiões do país, encomendada pela APM (Associação Paulista
de Medicina), aponta que nove em cada dez brasileiros desejam que os
médicos passem por um “exame da ordem” antes de ingressar no mercado de
trabalho. A medida seria semelhando ao que ocorre hoje com advogados.
De
acordo com reportagem publicada na Folha de S. Paulo, o levantamento revela que
apenas 22% dos entrevistados consideram que a qualificação dos médicos tenha
melhorado nos últimos anos.
Nas
regiões metropolitanas a percepção de piora é maior do que nas regiões do
interior (42% contra 31%).
No
entanto, a aplicação de um exame como o da ordem não é consenso. Segundo
informações, o Ministério da Educação e o CFM (Conselho Federal de Medicina)
defendem que os alunos sejam avaliados periodicamente durante o curso, e não no
final.
O
Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) aplica há 11
anos um teste para os recém-formados em medicina no Estado de São Paulo. Nesse
período, a taxa de reprovação tem sido acima de 50%.
Embora
seja um exame obrigatório para obtenção do registro do conselho, mesmo quem vai
mal nele não é impedido de exercer a profissão. Isso porque, por lei, o
conselho não pode condicionar o registro ao resultado da prova. Para isso
acontecer, era necessário alterar a legislação federal.
Várias
instituições do estado de São Paulo começaram a exigir o exame do Cremesp como
critério para o ingresso na residência médica e no mercado de trabalho. “É um
exame reconhecido nacionalmente, apoiado pela população e que tem colocado na
deriva os conselhos médicos contra”, destaca o cardiologista Bráulio Luna
Filho, presidente do Cremesp.
Florisval
Meinão, presidente da APM, comenta que o exame paulista tem mostrado que a
formação médica é um problema muito sério. “E que tende a piorar com a abertura
desenfreada de novas escolas médicas sem as menores condições”, afirma.
Meinão
reforça que é preciso o país instituir um exame no final do curso, a exemplo do
que fazem os Estados Unidos e países da Europa.
Nota
Segundo
o Ministério
da Educação diz que, a partir do segundo semestre de 2016, todos os estudantes
de medicina do país deverão realizar uma prova progressiva no 2º, 4º e 6º anos.
“Os
exames terminais [como o do Cremesp] responsabilizam unicamente o estudante por
eventuais problemas no aprendizado, não gerando impacto para os processos de
avaliação da instituição de ensino. Os exames de progresso resolvem o problema
na fonte.”
Os
exames também serão critério classificatório para a seleção dos programas de
residência médica, com previsão de acesso a partir de 2019. Ainda segundo a
Folha, o ministério informou que, a partir de março de 2016, os cursos de
medicina do país também serão submetidos a processos de avaliação externa.
Grifo nosso
Fonte: setorasude.com.br
Imagem:apm.org.br
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