O
instituto de pesquisas Datafolha apresentou uma nova pesquisa que mostra que
93% dos brasileiros estão insatisfeitos com a saúde no Brasil. Além disto,
cerca de 54% classificam como péssimo ou
ruim o serviço prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para 18%, o SUS
merece nota zero.
Encomendado
pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o
levantamento indica que a Saúde deveria ser a prioridade número 1 do governo,
segundo 43% das pessoas ouvidas. Em segundo lugar aparece a Educação, apontada
por 27% dos entrevistados, seguida do combate à corrupção.
A
pesquisa, que inclui rede pública e privada, foi realizada entre os dias 10 e
12 de agosto, com pessoas com mais de 16 anos de todas as classes econômicas. A
amostra é representativa da população, com 2.069 entrevistados em 135
municípios nas 27 unidades da federação. Desse total, 83% são usuários do SUS —
ou seja, procuraram o serviço nos últimos dois anos para obter atendimento ou
medicamentos, pelo menos uma vez.
Entre
os usuários do SUS, 54% deram nota de 0
a 6 e 46%, de 7 a 10.
No
primeiro grupo, 36% apontaram o tempo de espera como o maior problema,
seguido da pouca quantidade de médicos
disponíveis (19%) e da falta de estrutura dos locais de atendimento (15%).
Do
total de entrevistados, 29% relataram que estão aguardando a marcação ou a
realização de consulta, exame, procedimento ou cirurgia. A demora chega a até
seis meses para 58% das pessoas que estão na fila de espera. E passa de um ano
para 25% dessa população. A lentidão aumentou em relação a 2014, quando o tempo
na fila ultrapassava um ano em 16% dos casos.
“O
problema maior é o tempo de espera: 80%
dos que aguardam atendimento estão na fila há mais de um mês, o que significa,
em muitos casos, a piora da condição de saúde ou a morte” afirma Mário
Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(USP), em reportagem do jornal O Globo.
O
presidente do CFM, Carlos Vital, atribui a demora no atendimento à falta de
profissionais. “As condições de trabalho geram atendimento mais lento e,
consequentemente, a maior espera do paciente”, destaca.
Quanto mais sofisticado o
procedimento
requerido, maior a espera.
A
demora aumenta em cirurgias e tratamentos específicos, como hemodiálise,
quimioterapia e radioterapia.
Entre
os que aguardam algum atendimento há mais de um ano, 44% precisam de cirurgia.[...]
O
presidente do CFM afirmou que nos
últimos 12 anos o Ministério da Saúde deixou de utilizar R$ 171 bilhões do
orçamento, que já estavam autorizados e disponíveis.[...]
[...] Os profissionais de
saúde do SUS foram relativamente bem avaliados.
Entre
os entrevistados, 61% confiam nos
médicos que atendem pelo sistema, 93% dizem que os médicos precisam de estrutura
de trabalho para oferecer atendimento e 86% afirmam que os médicos do SUS
merecem ser valorizados, com salário e estímulos de carreira. [...]
[...]
O Ministério da Saúde informou, por meio de nota, que não teve acesso à
pesquisa, mas destacou que tem investido em toda a rede, principalmente na
Atenção Básica. O investimento na área, segundo a pasta, passou de R$ 9,7
bilhões em 2010 para R$ 20 bilhões em 2014.[...]
Grifo nosso
Fonte: setorsaude.com.br
Imagem: infonet.com.br
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