Especialistas
defendem criação do Sistema S da Saúde em audiência.
Trabalhadores,
empresários, governo federal e parlamentares com atuação na área da saúde
concordaram com a necessidade da criação do Sistema S da Saúde durante
audiência pública na Comissão de
Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
O
debate, teve como base o Projeto de Lei (PL)
559/15, que desvincula os estabelecimentos da saúde do Sistema S do Comércio.
O
autor do PL, deputado Jorge Solla (PT-BA), salientou que, segundo o projeto, o
Sistema S da saúde terá um orçamento de R$ 400 milhões para serem investidos
prioritariamente em qualificação profissional. “Nós não faremos investimentos
em infraestrutura de escolas, mas vamos aproveitar as já existentes do SUS
[Sistema Único de Saúde], universidades e instituições de ensino privadas para
parcerias, mas sempre com isenção total de taxas de matrícula e mensalidade”,
destacou.
Qualificação específica
O
secretário Heider Aurélio Pinto, que representou o Ministério da Saúde,
confirmou o apoio do governo à proposta. “O texto foi analisado em três
secretarias e todas foram favoráveis, observando, principalmente, o benefício
que trará para os trabalhadores da saúde”, disse.
Segundo
ele, o setor da saúde é carente de
qualificação em competências específicas, uma realidade conhecida somente por
aqueles que trabalham no setor. “Temos avanços na oncologia, e não temos
profissionais técnicos qualificados para este serviço”, exemplificou.
O
presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNS), Renato Merolli, reiterou a
importância de deslocar o processo decisório das mãos dos dirigentes do
comércio para os da saúde. “O princípio é simples: quem tem que dizer o que é
necessário é quem é da área da saúde. Nós faremos aquilo que nos faz falta”,
afirmou.
Merolli
destaca que, apesar da arrecadação de cerca de 100 mil empresas privadas de
saúde representar 6% do orçamento do Sesc/Senac, apenas 3,4% das vagas abertas
pelo Sistema S do Comércio são para área da saúde. “Oferecem menos que
deveriam, e os cursos oferecidos não correspondem com a necessidade do setor”,
completou.
O
vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Saúde, João
Rodrigues Filho, acredita que cursos gratuitos com foco na real demanda dos
serviços de saúde no Brasil dará aos trabalhadores condição de prestar serviços
de qualidade. “A medicina é muito dinâmica, equipamentos e tecnologias avançam
a cada ano, e como não temos qualificação permanente, temos problemas para dar
o atendimento digno aos pacientes”, afirmou.
Grifo nosso
Fonte: Agência Câmara/poderesaude.com.br
Imagem: ananerirn.com.br
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