Dr. Leonardo Reis |
Presidente empossado, o oftalmologista Leonardo Reis defendeu, durante entrevista ao Jornal Opção, a atuação do Conselho Regional de Medicina de Goiás na fiscalização da classe.
Para
ele, apesar de reconhecer que há corporativismo, não existe órgão fiscalizador
que atue tão bem quanto o Cremego.
“Não
tem nenhum órgão fiscalizador de classe que fiscalize, investigue e puna como o
nosso.
Desafio a encontrarem algum que tenha tanto trabalho de instruir,
investigar como tem o Cremego. Justamente porque é uma das profissões que mais
causam impacto na vida do cidadão”, defendeu.
No
ano passado, o presidente informa que cerca de 500 sindicâncias foram abertas, que culminaram em 100 processos
ético-profissionais: 40 médicos
punidos e quatro perderam o registro.
Essa
é, inclusive, a média dos últimos dez anos.
Leonardo
Reis aproveitou para questionar a própria atribuição do conselho que, apesar de
ser fiscalizador, não tem poder de opinar sobre a formação do médico.
Esta
é uma bandeira antiga do Conselho Federal de Medicina, que tem brigado por uma
maior participação junto ao Conselho Nacional de Educação, do Ministério da
Educação, no processo de autorização da abertura e fechamento de faculdades no
país.
“Não
temos nem voz nessas questões básicas, pois estão discricionárias ao poder
Executivo. Contudo, deveria ser pelo menos razoável que o conselho opinasse,
porque depois somos nós quem fiscalizamos o exercício”, completou.
A
saída encontrada pelos conselhos regionais foi a mesma da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB): aplicar uma prova de proficiência para dar autorização aos
egressos a exercer a profissão.
O
Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) chegou a aplicar a prova,
que foi suspensa após uma ação da Associação de Faculdades Particulares ser
acatada pela Justiça paulista.
Assim
como o ex-presidente, Aldair Novato, o atual mandatário do Cremego vê o exame
como “o futuro da medicina”, justamente “em função da proliferação de escolas
de qualidade questionáveis”.
“Em votação no plenário, já demos sinalização que
o conselho de Goiás apoia a iniciativa. Dependemos apenas de questões legais
para iniciar o processo”, acrescentou.
Questionado
se haveria perspectiva, com o governo do presidente Michel Temer (PMDB), de
mudança na legislação para dar mais poder aos conselhos, Reis se mostra pouco
esperançoso: “Não vislumbro possibilidade de mudança, portanto a saída que as
autarquias e conselhos profissionais têm é justamente o controle da inscrição”.
Para
o presidente do Cremego, um dos principais responsáveis pelo desmonte da
educação superior é a política “equivocada e irresponsável” adotada nos últimos
20 anos. “Procuraram abertura de faculdades a qualquer custo, independente da
qualidade. Para corrigir tais distorções vai demorar alguns anos. Não há outra
alternativa se não uma ação dos conselhos, como a prova”.
E
completa: “Não temos controle sobre a formação… Qualquer um que tiver 10 mil reais
para pagar escola do filho, sabe que ele se formará”.
Grifo nosso
Fonte: jornalopcao.com.br/ Alexandre Parrode
Imagem: Reprodução
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