Às vésperas da votação
de denúncia na Câmara dos Deputados por corrupção passiva, o presidente Michel
Temer tentou emplacar uma pauta positiva e anunciou a abertura de 11 novos
cursos de medicina no país.
O anúncio da abertura
dos novos cursos representa o final de um processo que se arrasta desde 2014,
quando foi lançado o edital para seleção de municípios que poderiam receber as
vagas.
O governo atribui a
demora a ações judiciais e representação do TCU (Tribunal de Contas da União),
que suspendeu o edital em agosto de 2015 alegando suspeita de irregularidades
na seleção.
A abertura das novas
vagas, porém, já havia sido liberada pelo tribunal em julho do ano passado, em
meio à pressão de políticos e prefeituras.
"Os principais
objetivos foram referendados com o TCU. Por isso se alongou tanto, praticamente
quatro anos, desde o início do primeiro edital até a definição final com
relação aos municípios contemplados", disse o ministro da Educação,
Mendonça Filho.
Ao todo, estão
previstas 710 novas vagas, distribuídas em cidades do Paraná, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul e São Paulo [veja lista abaixo]. A previsão é que os cursos
iniciem as atividades ainda neste ano.
Além dessas vagas, o
edital lançado em 2014 previa ainda novos cursos em outros 25 municípios.
Segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho, essas outras vagas devem ser
anunciadas "nas próximas semanas".
O processo, porém,
ainda depende de novas visitas às cidades e instituições selecionadas para
ofertar as vagas, de acordo com o MEC.
MAIS
MÉDICOS
A expansão dos cursos
de medicina é uma das medidas do programa Mais Médicos, que visa atrair médicos
ao interior do país.
O processo, no entanto,
tem sido alvo de críticas de entidades médicas nos últimos anos, para quem a
abertura "desenfreada" de novos cursos pode piorar a qualidade da
formação médica.
Em uma tentativa de
rebater as críticas, o ministro Mendonça Filho defendeu nesta terça-feira (1o)
a expansão e disse que a formação médica não pode ser uma "dinâmica
pensada na lógica do mercado".
"Temos grande
tradição de formação médica nos grandes centros urbanos. Infelizmente boa parte
do Brasil mais distante se ressente do acesso à saúde e do acesso à formação
médica", disse.
Alvo de críticas
recentes de entidades médicas após ter dito que as prefeituras "precisam
parar de fingir que pagam ao médico, e o médico parar de fingir que
trabalha", o ministro da Saúde, Ricardo Barros também participou do
evento, mas evitou discursos. Protestos de entidades médicas que pedem sua
saída do cargo estão programados para este mês.
Confira
os locais que tiveram autorizada a abertura dos cursos:
Paraná
-PR
1 - Campo Mourão -
Faculdade Integrado de Campo Mourão - 50 vagas
2 - Pato Branco -
Faculdade de Pato Branco - 50 vagas
Rio
de Janeiro -RJ
3 - Angra dos Reis -
Universidade Estácio de Sá - 55 vagas
Rio
Grande do Sul -RS
4 - São Leopoldo -
Universidade do Vale dos Sinos - 65 vagas
5 - Novo Hamburgo -
Universidade Feevale - 60 vagas
São
Paulo -SP
6 - Araras - Faculdade
São Leopoldo Mandic - 55 vagas
7 - Guarulhos -
Universidade Nove de Julho - 100 vagas
8 - Mauá - Universidade
Nove de Julho - 50 vagas
9 - Osasco -
Universidade Nove de Julho - 70 vagas
10-Rio Claro -
Faculdade Claretiano - 55 vagas
11-São Bernardo do
Campo - Universidade Nove de Julho - 100 vagas
TOTAL
DE VAGAS ABERTAS + 710 VAGAS
Grifo nosso
Fonte: escolasmedicas.com.br/
Natália Cancian Gustavo Uribe
Imagem:imperanews.com.br
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