O número de leitos
disponíveis na rede pública de saúde diminuiu nos últimos oito anos. Mais de 34
mil leitos deixaram de existir, o que significa uma redução de 10%. O
levantamento é do Conselho Federal de Medicina (CFM).
O levantamento foi
realizado com base no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde e incluem
as redes municipal, estadual e federal.
“A falta de
investimento é a questão mais determinante, mas não se pode esquecer também da
competência administrativa. Então, isso significa dificuldade de acesso, perda
de chances, de oportunidades de evitar sequelas, questões de complicações”,
destacou Carlos Vital, presidente do Conselho Federal de Medicina.
A
redução no número de leitos para internação afetou 22 estados e 18 capitais.
Mas
foi maior na Região Sudeste, que perdeu 21.460 vagas. Só em São Paulo são menos
7.325 leitos. No Rio de Janeiro, a pior situação do país, menos 9.569 vagas.
A diminuição dos leitos
afeta diretamente os pacientes que precisam de internação. Doentes que, muitas
vezes, esperam por uma vaga nos corredores dos hospitais.
Nilton Cruz, de 74
anos, passou uma semana entre uma cadeira e uma maca no corredor do Hospital
Federal de Bonsucesso, da Zona Norte do Rio. “Simplesmente pelo que eu estive
lá, eu pensei que ia morrer. Em um dos episódios lá dentro, meia-noite e meia,
passando mal, procurei a enfermaria, não tinha um enfermeiro para me atender”,
explicou.
Nilton era paciente
cardíaco e também foi diagnosticado com insuficiência renal. Depois ele
infartou em pleno corredor do hospital. Um dos médicos chegou a dizer que ele
seria transferido para uma unidade de referência, mas isso não chegou a
acontecer. Em menos de três dias depois, ele chegou a receber alta. “Eu
continuava sentindo as dores”, afirmou.
Ele não estava pronto
para a alta. Tanto que passou 15 dias no Centro de Tratamento Intensivo e teve
que passar por uma cirurgia.
O Ministério da Saúde
afirmou que está prevista a reposição de 3,5 mil profissionais para a atuação
nos seis hospitais federais do Rio de Janeiro, o que vai possibilitar a disponibilização
de mais leitos.
O órgão afirmou ainda
que o número de leitos em UTIs subiu de 2,7 mil para 21,4 nos últimos dez anos
em todo o país.
Em relação ao número de
leitos gerais de internação, o Ministério da Saúde afirmou que a tendência
mundial é de redução por causa dos avanços tecnológicos que permitem fazer
tratamentos ambulatórios em casa.
Grifo nosso
Fonte: CFM/G1
Imagem: Reprodução
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