Há poucos anos pensava-se que os
pacientes eram expostos poucas vezes na vida.
Exames como raio-x e tomografia podem e devem emitir o mínimo possível
de radiação.
Para garantir esse cuidado, sociedades latino-americanas de radiologia
se uniram para criar uma aliança de conscientização sobre a importância da dose
adequada de radiação nesses equipamentos.
Denominada Latin Safe, a aliança foi oficializada nesse fim de semana,
durante a Jornada Paulista de Radiologia, em São Paulo, e promove a partir de ontem
(2) ações para garantir a proteção radiológica sem comprometer o diagnóstico
seguro.
Estudos indicam que a exposição à
radiação por período prolongado é prejudicial à saúde.
O grupo criou uma página, com informações para a população e
profissionais da área.
Também estão previstas campanhas e ações integradas de conscientização
sobre o tema com setores e entidades da radiologia.
Dosagem padrão
Um dos membros da Aliança, o presidente da Sociedade Chilena de
Radiologia, Pablo Soffia, esclareceu que a preocupação radiológica com os
pacientes é recente e ainda precisa ser reforçada. "Durante muito tempo, a
maior preocupação estava centrada na proteção dos trabalhadores e médicos que
trabalham com radiação. Há poucos anos pensava-se que os pacientes eram
expostos poucas vezes na vida. Mas os
pacientes estão fazendo cada vez mais exames", disse Soffia.
Segundo ele, atualmente existe
uma dosagem padrão, mas o foco é conscientizar as pessoas de que é possível
baixar ainda mais a dose, mesmo que a imagem não seja perfeita.
"Se baixamos muito a radiação, a imagem tem
qualidade baixa. O segredo é lograr imagens que permitam o diagnóstico, com a
menor dose possível. É possível fazer o mesmo diagnóstico com 30% a 50% menos
radiação e é isso que buscamos", acrescentou.
De acordo com o presidente da Sociedade Paulista de Radiologia e
Diagnóstico por Imagem (SPR), Antônio Soares Souza, as crianças e jovens serão
os mais beneficiados com o maior controle da radiação em exames.
Radiação
"Uma criança pequena, com volume corporal menor e com doença
crônica, sendo submetida a múltiplas tomografias computadorizadas e com efeito
cumulativo, terá risco maior de desenvolver uma complicação, eventualmente até
uma neoplasia [tumor] ou um câncer do que um paciente mais velho, pois ela
estará se expondo a essa radiação muito mais vezes e impacto maior da radiação."
Conforme Antônio Souza, ainda
existe no país um grande número de equipamentos e tecnologias antigos, que
exigem esforço maior na garantia de níveis de radiação adequados nos exames
diagnósticos.
Por isso, a importância de se auxiliar radiologistas, biomédicos e
tecnólogos na realização dos exames, com melhor custo benefício para os
pacientes.
A iniciativa é pioneira na região, mas já existem similares nos Estados
Unidos, Europa e Oceania. Souza adiantou que o órgão vai focar na
conscientização sobre os males da radiação.
O especialista Donald Frush, da Image Gently [Alliance for Radiation
Safety in Pediatric Imaging], informou que, desde a crianção da aliança, há dez
anos, o nível de conscientização da comunidade médica e dos pacientes aumentou
muito sobre a importância do controle de radiação nos exames, bem como de
setores como planos de saúde, indústrias e agências governamentais.
"Conseguimos desenvolver um modelo, que está sendo aproveitado
pelo Latinsafe, que tem contribuído para a melhora no uso dos equipamentos e
para o desenvolvimento de radiofármacos mais apropriados para crianças",
destacou Frush.
Para Donald Frush, os benefícios dos equipamentos que usam radiação são
imensuráveis, mas é importante se ter em vista que há poucos estudos sobre seus
efeitos no longo prazo.[...]
Grifo nosso
Fonte: Agência Brasil/domtotal.com
Imagem:fiocruz.br
Curta e compartilhe no Facebook
Sem comentários:
Enviar um comentário