O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que a pasta estuda uma forma
de compensação automática do ressarcimento feito por operadoras de planos de
saúde pelo serviço prestado a beneficiários em hospitais públicos.
“Estou propondo ressarcimento administrativo para o sistema público
daquilo que for serviço feito em quem tem cobertura de plano de saúde”, disse.
Durante audiência pública das comissões de Fiscalização Financeira e
Controle, de Defesa do Consumidor e de Seguridade Social e Família da Câmara
dos Deputados, Barros destacou que, para alterar as regras de ressarcimento
atuais, será preciso estabelecer uma relação formal entre as operadoras e a
rede pública, além de alteração legislativa e de regulação de todo o processo.
“Aquilo que é utilizado em sistemas públicos, nós gostaríamos de ter um
ressarcimento administrativo mais rápido, mais pronto e mais eficiente.
Desburocratizado, sem judicialização, sem processo. Uma coisa simples, como
acontece em hospitais filantrópicos e privados relativamente a planos de
saúde.”
Planos populares
Ainda durante a reunião, o ministro voltou a citar outra proposta
divulgada pela pasta na semana passada: a criação de planos de saúde mais
populares.
Barros apresentou aos
parlamentares uma simulação de planos que ofereceriam apenas cobertura
ambulatorial por um custo de R$ 80 ao mês e utilizados por um total de 20
milhões de beneficiários.
“[Pelo cálculo], temos R$ 20 bilhões a mais na saúde dos brasileiros. É
uma conta, um exemplo”, disse. “O ideal é que fossem R$ 100 bilhões, R$ 200
bilhões ou R$ 300 milhões. Quanto mais recurso para a saúde, melhor para nós”,
completou.
Questionado pela imprensa se o montante arrecadado não seria direcionado,
na realidade, a operadoras de planos de saúde, Barros respondeu: “Esse dinheiro
vai para a saúde das pessoas. Ninguém paga um plano se não estiver recebendo
assistência. Ninguém vai ficar pagando só para dar dinheiro para empresa. As
pessoas pagam porque têm assistência e contrapartida do contrato.”
Sobre a negociação da proposta junto à Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), ele disse que o pacote ainda está em fase de formulação
dentro do próprio ministério. “Não estamos obrigando ninguém a ter plano.
Estamos querendo ofertar uma oportunidade de mais recursos entrarem
para o sistema de saúde. É esse o debate e é isso que nós vamos insistir em
fazer”, concluiu.
Grifo nosso
Fonte: Agência Brasil
Imagem:fcnotícias.com.br
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