sexta-feira, 17 de abril de 2015

Recomendação do CFM visa atenção a protocolos para o reconhecimento precoce da sepse e conscientização de profissionais


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O Conselho Federal de Medicina (CFM) orienta que em todos os níveis de atendimento à saúde (de unidades básicas de saúde a unidades de terapia intensiva) sejam estabelecidos protocolos assistenciais visando o reconhecimento precoce e a pronta instituição das medidas iniciais de tratamento aos pacientes com sepse, também conhecida como infecção generalizada – de alta mortalidade no país, principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), e a principal geradora de custos nos setores público e privado.

A diretriz está na Recomendação CFM 6/2014, publicada em (16/04), que, entre outras providências, sugere ainda a capacitação dos médicos para o enfrentamento deste problema cada vez mais incidente – devido ao aumento da população idosa e do número de pacientes imunossuprimidos ou portadores de doenças crônicas, criando uma população suscetível para o desenvolvimento de infecções graves.


O documento ressalta que “qualquer processo infeccioso pode evoluir para gravidade, caracterizando o quadro de sepse, sepse grave ou choque séptico” e que a sepse é a principal causa de internação em unidades de terapia intensiva, com custos elevados de tratamento e alta mortalidade – matando uma em cada quatro pessoas (frequentemente mais).

Alta mortalidade – O Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS), que contribuiu para a elaboração da recomendação, concluiu recentemente um estudo, que ajuda a dar a dimensão do problema no Brasil.

O trabalho, denominado SPREAD (Sepsis Prevalence Assessment Database), consistiu na avaliação, em um único dia, de 229 UTI em vários estados, abrangendo 794 pacientes.

Os números pontuam a relevância do problema.

Foi constatado que 29,6% dos leitos estavam ocupados por doentes com sepse grave ou com choque séptico. Desses pacientes, 55,7% morreram.

A mortalidade na região Sudeste foi de 51,2%; no Centro-Oeste, 70%; Nordeste, 58.3%; Sul, 57,8% e Norte, 57,4%.

O índice de letalidade está muito acima do registrado em outros países.

Na França essa taxa é de 30% e, nos Estados Unidos, 29%.[...]

[..] Diagnóstico difícil atrasa tratamento – Como os sintomas da sepse são comuns a várias outras doenças, o diagnóstico pode demorar e, consequentemente, a aplicação do antibiótico e a possível cura. “Existe um problema de falta de conhecimento sobre a sepse, pois como os sintomas são inespecíficos, é difícil identificar os sinais de alerta e tratar a infecção no tempo certo, por isso é tão necessário a participação em cursos e a adesão dos hospitais aos protocolos”, afirma a vice-presidente do ILAS, intensivista Flávia Machado.

Apesar de a sepse atacar com mais frequência pacientes hospitalizados, em cerca de 30% a 50% dos casos a infecção é adquirida na comunidade e o paciente é internado já em estado grave.

Isso sugere o desconhecimento do público em geral sobre a gravidade da doença. [...]

Grifo nosso
Fonte: CFM
Imagem:saudeculturamix.com

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