Tradicionalmente na defesa
fervorosa de seus dogmas, a Igreja Católica como era de se esperar, manifestou
contrariamente ao posicionamento do CFM
acerca a nova normativa em discussão no Senado no que diz respeito à
reforma e atualização da lei penal brasileira particularmente no que se refere à
prática do aborto.
Diga-se de passagem, o Código Penal Brasileiro
vem dos idos da era Getúlio Vargas, em 1942.
Deve-se ressaltar entretanto,
que o pensamento da Igreja – assim como no CFM - é comungado por uma parcela de
seus fiéis uma vez que, essa a insistência dogmática em temas polêmicos tem
cada vez mais os afastado da vida religiosa ou sua migração para uma religião
menos conservadora e mais atenta à mudança do comportamento da sociedade.
Porém, a Igreja deve se ater
que quem tem o poder de legislar são os parlamentares que, para isso foram
eleitos democraticamente.
À Igreja, que seja bem vida
sua manifestação e que seja acolhida se for a vontade da maioria do povo
brasileiro.
Eis a matéria:
Conselho
Federal de Medicina anunciou que vai enviar a uma comissão do Senado um
documento em que defende o direito da mulher de abortar até a 12ª semana de
gestação
A
Igreja Católica considera "criar uma mentalidade de violência" a
posição favorável do Conselho Federal de Medicina (CFM) ao direito da mulher de
abortar até a 12ª semana de gestação . “Hoje grande parte das famílias
brasileiras deve comentar esta posição e a mensagem que pode ser passada às
crianças é que quando alguém atrapalha pode ser eliminado, cria uma mentalidade
de violência”, disse dom João Petrini, presidente da Comissão para a Vida e a
Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O
religioso disse que a Igreja reconhece que existem mulheres em situações
dramáticas - abandonadas pelo pai da criança, em situação de miséria e outras
dificuldades -, porém a entidade defende a criação de políticas públicas que
acolhem essas gestantes.
“Apoiar
o aborto é um atalho, é tomar o caminho mais fácil. Mas esse problema demanda
um esforço maior [do Estado]. Deveriam criar políticas públicas que ofereçam
condições de acompanhamento da gravidez. Caso contrário o risco é muito maior
para a mãe e para a sociedade”, sustenta dom Petrini, que citou a adoção como
um ponto a ser debatido.
O
CFM anunciou que vai enviar à comissão do Senado que analisa a reforma do
Código Penal um documento em que defende o direito da mulher de abortar até a
12ª semana de gestação. O conselho argumentou que defende a autonomia da mulher
de levar ou não uma gravidez adiante. A entidade alega que o aborto é a quinta
causa de mortalidade materna no Brasil, sobretudo entre mulheres negras e
pobres.
Segundo
dom Petrini, a mulher tem direito à autonomia sobre sua vida, mas não pode
dispor da vida do filho, e que isso não é questão de fé. “Ele não é um
amontoado de células como a unha ou o cabelo que se pode cortar, ele só está
abrigado nela. Se preza a dignidade da mãe, mas esquecem da dignidade do bebê.
Não é questão de fé, é de avanço científico”, disse.
Atualmente,
a legislação brasileira permite o aborto quando a gestação coloca em risco a
vida da mãe e quando é resultado de violência sexual. Além dessas situações, o
Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que grávidas de fetos com anencefalia
também podem interromper a gestação, mas a decisão não configura alteração do
Código Penal.
Comentário: João Bosco
Fonte: Site IG / Agência
Brasil
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