segunda-feira, 29 de abril de 2013

Mudança de critérios da consulta médica dos planos será analisada


O Conselho Federal de Medicina noticiou a possibilidade de discussão de uma proposta intitulada “Saída da consulta dos planos será analisada”.

A proposta trata inicialmente que as consultas não integrariam os pacotes de serviços prestados aos planos de saúde contratados pelos usuários.

A comissão ou grupo de trabalho a ser será formado deverá contar com a representação de vários segmentos envolvidos como o próprio CFM, da Associação Médica Brasileira (AMB), da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), da Agência Nacional de Saúde (ANS), do Ministério Público, do Ministério da Saúde e dos empresários.

A partir de um consenso geral em sendo aprovada, as consultas não mais integrariam ao pacote de serviços contratados pelos usuários.

Seriam garantidas todas as condições atuais como exames, internações enfim, e em particular, as consultas seriam pagas pelo próprio usuário que seria ressarcido pela operadora ou se lhe convier, usaria o recibo para o abatimento no imposto de renda.

Há de se ressaltar que em havendo ressarcimento, a figura jurídica tende a ser alterada fato que no plano de saúde não há ressarcimento. Há autorização do(s) procedimento(s) por parte da operadora e em havendo ressarcimento a prática alcança a figura do seguro saúde.

A ideia é que dentro de no máximo 180 dias os integrantes consigam a formalização do acordo para senão sanar, pelo menos amenizar o disparate dos valores hoje pagos aos médicos.

Certamente, a proposta inicial do presidente do CFM Dr. Roberto d’Avila detém todas as condições de agradar a classe médica uma vez que, ao médico caberia receber o numerário no ato e ao paciente caberia de pronto, pagar a consulta sendo ressarcido posteriormente. Aos planos também se fazia confortável tendo em vista o encerramento dessa espinhosa pauta.

Porém, considera-se que cada profissional é dotado de sua própria competência, detém seu nome junto aos seus pacientes e a comunidade científica, seu grau de especialização, sua estrutura física operacional e fundamentado nesses critérios é que o médico estabelece o quantum de seu honorário de consulta.

Citando um exemplo, em Goiânia/GO, uma consulta particular a um ginecologista pode variar entre R$ 90,00 a R$ 350,00.

Uma variação substancial porém, como afirmado anteriormente, cada profissional estabelece o valor obedecendo uma série de fatores, amparado nas suas particularidades operacionais e científicas.

Sabe-se que pela ordem econômica praticada no Brasil, quase nenhum preço está vinculado à uma tabela salvo um ou outro produto como os fármacos.

Entretanto, há de se esclarecer às operadoras que o preço da consulta e seu posterior ressarcimento deve seguir a lógica da razoabilidade fato que nunca existiu, e inexiste no atual momento.

Nesse intento, com o intuito de facilitação de discussão do valor da consulta, os representantes poderiam voltar os olhos à CHPM – Classificação Hierarquizada de Procedimentos Médicos – que já consta de conhecimento de todos e, havendo necessidade e se for o caso, promover na Classificação adaptações e/ou adequações.

Havendo maturidade na intenção e na ação, certamente o consenso haverá de ser conseguido mais hábil e rapidamente.

Outro ponto a ser considerado é que na atualidade, as operadoras oferecem uma diversidade enorme de planos que alcança inclusive, a classe média baixa que não teria R$ 250,00 para pagar no ato da consulta com posterior ressarcimento uma vez que, nessa situação, se a despesa da consulta se fizesse isolada não chegaria a tanto porém, existem outras despesas como a aquisição dos fármacos, transporte que somados pesariam sobremaneira no orçamento do médio usuário.
 
E mais, as operadoras não ressarcem as despesas em caráter automático. Esses ressarcimentos passam por toda uma minuciosa análise e verificação que a olhos vistos e tudo correndo conforme os ditames, demanda um longo período de tempo que boa parte do usuário não poderia suportar. 

Portanto, parece uma proposta ousada. Falta apenas combinar com o adversário.

Autor: João Bosco

Fonte: CFM

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