Não. Não é notícia de 1º
de abril. Aconteceu realmente no Rio de Janeiro uma médica utilizar aquela cola
instantânea e rápida denominada super bonder para sutura.
Leia a matéria:
Médica
não tinha licença para procedimentos e deixou várias pacientes deformadas.
Ministério Público Estadual vai acusá-la de exercício ilegal da profissão e
lesão coporal. Operações eram feitas em clínica na Ilha do Governador
Rio - O Ministério Público
Estadual (MP) vai denunciar pelos crimes de lesão corporal grave e exercício
ilegal de profissão a médica Sheila Maria da Silva Pinto Gonzalez, que deformou
22 mulheres em procedimentos de lipoaspiração e implante de silicone nos seios.
Apesar de não ter especialização em cirurgia plástica, ela publicava anúncios e
realizava operações na sua clínica pediátrica, Prosilha Clínica Médica
Infantil, na Ilha do Governador. Numa das vítimas, a acusada chegou a usar
supercola instantânea (Super Bonder) para suturar corte. Há suspeita ainda de
que ela utilizava estudantes de Medicina para atuar.
Marido e sócio de Sheila, Sérgio Gonzales também será denunciado pelos mesmos
crimes. A investigação da polícia e do MP foram motivadas por série de
reportagens que O DIA publicou em maio.
Responsável pelo caso, o promotor Sauvei Lai, titular da 30ª Promotoria de
Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, disse ter se surpreendido
com a quantidade de vítimas da médica. Ele localizou outras três mulheres que
também tiveram problemas após serem operadas por Sheila, mas ainda falta
ouvi-las oficialmente — subindo para 25 o número de lesadas.
“Aquilo não era clínica, mas um açougue! Fiquei surpreso com as fotos que vi
dos procedimentos cirúrgicos feitos por ela. Uma vítima, mesmo dois meses após
ter colocado silicone nos seios, ainda tem corte com pus saindo. É uma foto
chocante”, relata o promotor. Sauvei vai solicitar à Justiça que oficie às
embaixadas e à Polícia Federal para evitar que Sheila deixe o país. Ele
pretende pedir a prisão da médica.
Um dos atrativos era o preço acessível e com parcelamento. Um médico de Duque
de Caxias, que indicava pacientes para Scheila, também será investigado. Se
ficar comprovado que ele sabia que ela não tinha especialização em cirurgia
plástica, mas somente em pediatria, o MP vai denunciá-lo na qualidade de
partícipe.
“Ainda estou com queimaduras na barriga e perdi a sensibilidade de região das
costas depois que ela me operou. Lembro que a anestesia não pegou. Foi muito
sofrimento. Gastei R$ 3.250, mas só consegui sustar dois cheques, de R$ 250
cada, porque paguei minha lipo antes. Agora, não tenho coragem de ir à praia”,
desabafa a comerciante Giovana Zott, 32.
Médica pode continuar atendendo
Segundo o Conselho Regional de
Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), a pediatra Sheila pode continuar atuando
em sua especialidade. A instituição abriu sindicância administrativa para
investigar a conduta da profissional, mas até agora não chegou a conclusão.
Apesar de duas delegacias — 37ª DP (Ilha) e Repressão aos Crimes Contra a Saúde
Pública — terem inquéritos com depoimentos e fotos de 22 pacientes deformadas
por Sheila, o Cremerj ainda não se decidiu sobre punição. Segundo o conselho, o
procedimento para cassar registro pode levar até um ano, porque o profissional
tem amplo direito a defesa.
Fonte: O
Globo
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