segunda-feira, 1 de abril de 2013

CURIOSIDADE: Pediatra que usou Super Bonder em plásticas será denunciada


Não. Não é notícia de 1º de abril. Aconteceu realmente no Rio de Janeiro uma médica utilizar aquela cola instantânea e rápida denominada super bonder para sutura.

Leia a matéria:


Médica não tinha licença para procedimentos e deixou várias pacientes deformadas. Ministério Público Estadual vai acusá-la de exercício ilegal da profissão e lesão coporal. Operações eram feitas em clínica na Ilha do Governador

Rio - O Ministério Público Estadual (MP) vai denunciar pelos crimes de lesão corporal grave e exercício ilegal de profissão a médica Sheila Maria da Silva Pinto Gonzalez, que deformou 22 mulheres em procedimentos de lipoaspiração e implante de silicone nos seios. 

Apesar de não ter especialização em cirurgia plástica, ela publicava anúncios e realizava operações na sua clínica pediátrica, Prosilha Clínica Médica Infantil, na Ilha do Governador. Numa das vítimas, a acusada chegou a usar supercola instantânea (Super Bonder) para suturar corte. Há suspeita ainda de que ela utilizava estudantes de Medicina para atuar.

Marido e sócio de Sheila, Sérgio Gonzales também será denunciado pelos mesmos crimes. A investigação da polícia e do MP foram motivadas por série de reportagens que O DIA publicou em maio. 

Responsável pelo caso, o promotor Sauvei Lai, titular da 30ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, disse ter se surpreendido com a quantidade de vítimas da médica. Ele localizou outras três mulheres que também tiveram problemas após serem operadas por Sheila, mas ainda falta ouvi-las oficialmente — subindo para 25 o número de lesadas.

“Aquilo não era clínica, mas um açougue! Fiquei surpreso com as fotos que vi dos procedimentos cirúrgicos feitos por ela. Uma vítima, mesmo dois meses após ter colocado silicone nos seios, ainda tem corte com pus saindo. É uma foto chocante”, relata o promotor. Sauvei vai solicitar à Justiça que oficie às embaixadas e à Polícia Federal para evitar que Sheila deixe o país. Ele pretende pedir a prisão da médica. 

Um dos atrativos era o preço acessível e com parcelamento. Um médico de Duque de Caxias, que indicava pacientes para Scheila, também será investigado. Se ficar comprovado que ele sabia que ela não tinha especialização em cirurgia plástica, mas somente em pediatria, o MP vai denunciá-lo na qualidade de partícipe. 
“Ainda estou com queimaduras na barriga e perdi a sensibilidade de região das costas depois que ela me operou. Lembro que a anestesia não pegou. Foi muito sofrimento. Gastei R$ 3.250, mas só consegui sustar dois cheques, de R$ 250 cada, porque paguei minha lipo antes. Agora, não tenho coragem de ir à praia”, desabafa a comerciante Giovana Zott, 32.


Médica pode continuar atendendo

Segundo o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), a pediatra Sheila pode continuar atuando em sua especialidade. A instituição abriu sindicância administrativa para investigar a conduta da profissional, mas até agora não chegou a conclusão. 

Apesar de duas delegacias — 37ª DP (Ilha) e Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública — terem inquéritos com depoimentos e fotos de 22 pacientes deformadas por Sheila, o Cremerj ainda não se decidiu sobre punição. Segundo o conselho, o procedimento para cassar registro pode levar até um ano, porque o profissional tem amplo direito a defesa.


Fonte: O Globo

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