O
Brasil já foi definido como o “futuro das mídias sociais” ou “a capital das
mídias sociais” e é por isso que os médicos precisam ficar atentos aos perigos
da exposição profissional. O
gosto do brasileiro pelas redes sociais já vem sendo analisado há muitos anos.
Em
2013, o fenômeno foi destaque em duas publicações estrangeiras importantes: o
jornal Wall Street Journal, que chamou o País de “capital das mídias sociais do
universo”, e a Revista Forbes, que definiu o Brasil como “futuro das mídias
sociais”.
Estamos
falando de um meio que não só apresenta uma audiência massiva, como também com
alta dedicação em horas - o tempo dedicado ao Facebook pelos brasileiros, por
exemplo, garantiu ao Brasil a segunda colocação no ranking de países dessa
rede!
Outro
dado surpreendente é que 99% dos médicos têm acesso à internet, de acordo com
os dados da TIC SAÚDE 2013.
Riscos da amizade online
Outra
pesquisa, realizada no final de setembro 2013 pelo Instituto Ipsos apontou que
os brasileiros estão entre os que mais misturam a vida pessoal e profissional.
Foi
mostrado que 83% dos brasileiros pensam que a mistura entre vida profissional e
pessoal facilita o trabalho. Isso aparece fortemente nas redes sociais. Como no
Brasil as redes exclusivas para o exercício da Medicina ainda estão no começo,
os médicos brasileiros ainda utilizam as redes sociais de massa para fins
profissionais.
As
desvantagens deste uso são várias.
A
principal é o risco de vazamento de informações confidenciais de pacientes e de
informações dos grupos de discussão fechados, caso o médico não fique atento ao
compromisso de sigilo que possui em decorrência do Código de Ética Médica, mas
também os problemas que podem ser gerados pelo desconhecimento dos termos de
uso e política de privacidade e pela má administração das configurações de
privacidade.
Além
disso, “amizades” online com pacientes podem alterar a relação médico-paciente,
e resultar em um problema ainda maior: a perda da vida privada dos médicos.
Médicos
que permitem ao paciente acesso ao seu 'perfil' completo, apresenta detalhes
sobre sua vida pessoal bem além do que seria habitual ocorrer como parte da
relação médico-paciente, o que pode ser uma violação dos limites profissionais.
O
Código de Ética Médica prevê regras
para o comportamento dos profissionais da medicina nos meios de comunicação de
massa, como a internet.
Ele
veda ao médico fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir
pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de
assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do
paciente (Art. 75).
No
Art. 114, veda ao médico consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer
meio de comunicação de massa.
A
participação médica deve ser pautada pelo caráter exclusivamente de
esclarecimento e educativo em relação a assuntos médicos (Art. 111).
Com relação a criação de
páginas,
devem ser observados os dispositivos legais da Resolução CFM n. 1.974/2011, que
estabelece os critérios da propaganda em Medicina, conceituando os anúncios, a
divulgação de assuntos médicos, o sensacionalismo, a autopromoção e as
proibições referentes à matéria (inclusive sites para assuntos médicos e
postura em redes sociais). [...]
[...]
Por essas razões e para melhorar a qualidade das discussões ou busca de
informações confiáveis, além das redes sociais destinadas ao público em geral,
como o Facebook, o Orkut, o LinkedIn e Twitter, entre outros, tem havido um
considerável desenvolvimento das redes sociais destinadas especificamente para
a classe médica.
Grifo nosso
Fonte: Saúdebusiness /
Giovana Peick - sócia-criadora da rede social Ology - CFM
Imagem: Reprodução
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