A
Síndrome de Burnout, também chamada
síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico registrado no
Grupo V da CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde).
A
principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos,
que são oriundas de condições de trabalho desgastantes. [...]
[...] Alguns especialistas acreditam que o
Burnout é “inevitável”, dado o ambiente de alta pressão em blocos cirúrgicos,
UTI e em outras situações de risco à vida de pacientes.
Anthony
Montgomery, professor de Psicologia do Trabalho e de Organizações na
Universidade da Macedônia, é especialista em esgotamento médico.
Para
ele, a formação acadêmica que os profissionais recebem pode levar a uma
carreira de frustrações e situações de alto estresse.
E
as consequências podem prejudicar o atendimento que prestam.
Ele
explica que, que enquanto os médicos
interagem com as pessoas diariamente, seus valores estão focados quase
inteiramente em suas capacidades técnicas, deixando-os com poucas ferramentas
para compreender e cuidar da interação social, bem como colaborar como parte de
uma equipe maior.
Segundo
Montgomery, durante o período acadêmico os melhores alunos são escolhidos a
partir de altas pontuações em provas, de modo que a faculdade de medicina torna-se
uma extensão da escola.
Na
época da residência são inseridos em um ambiente mais social, em que precisam
interagir com pacientes, funcionários do hospital e colegas, de uma forma que
podem não estar devidamente preparados, sem a capacidade emocional adequada
para lidar com experiências extremamente estressantes e muitas vezes
traumáticas.
Estudos
mostram que cirurgiões, obstetras e
ginecologistas são os que mais têm risco de sofrer da síndrome de Burnout.[...]
[...]
Montgomery acredita que, apara aliviar a pressão sobre os médicos, é preciso rever a forma como os médicos são
educados, a fim de garantir habilidades sociais e de liderança.
Melhorar a relação
médico-paciente também pode ajudar,
de forma que ambos colaborem nos tratamentos, ao invés do atual sistema
hierárquico. “A verdade incômoda é que nós podemos precisar imaginar a saúde de
uma forma nova, que aceita erros como algo inevitável, desmitifica o médico
como super-herói”, conclui.
Grifo nosso
Fonte: Revista Time / Setor Saúde
Imagem: Reprodução
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