terça-feira, 19 de agosto de 2014

40% dos médicos americanos sofrem de esgotamento emocional

A Síndrome de Burnout, também chamada síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico registrado no Grupo V da CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde).

A principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos, que são oriundas de condições de trabalho desgastantes. [...]

 [...] Alguns especialistas acreditam que o Burnout é “inevitável”, dado o ambiente de alta pressão em blocos cirúrgicos, UTI e em outras situações de risco à vida de pacientes.

Anthony Montgomery, professor de Psicologia do Trabalho e de Organizações na Universidade da Macedônia, é especialista em esgotamento médico.

Para ele, a formação acadêmica que os profissionais recebem pode levar a uma carreira de frustrações e situações de alto estresse.

E as consequências podem prejudicar o atendimento que prestam.


Ele explica que, que enquanto os médicos interagem com as pessoas diariamente, seus valores estão focados quase inteiramente em suas capacidades técnicas, deixando-os com poucas ferramentas para compreender e cuidar da interação social, bem como colaborar como parte de uma equipe maior.

medico burnout

Segundo Montgomery, durante o período acadêmico os melhores alunos são escolhidos a partir de altas pontuações em provas, de modo que a faculdade de medicina torna-se uma extensão da escola.

Na época da residência são inseridos em um ambiente mais social, em que precisam interagir com pacientes, funcionários do hospital e colegas, de uma forma que podem não estar devidamente preparados, sem a capacidade emocional adequada para lidar com experiências extremamente estressantes e muitas vezes traumáticas.

Estudos mostram que cirurgiões, obstetras e ginecologistas são os que mais têm risco de sofrer da síndrome de Burnout.[...]

[...] Montgomery acredita que, apara aliviar a pressão sobre os médicos, é preciso rever a forma como os médicos são educados, a fim de garantir habilidades sociais e de liderança.

Melhorar a relação médico-paciente também pode ajudar, de forma que ambos colaborem nos tratamentos, ao invés do atual sistema hierárquico. “A verdade incômoda é que nós podemos precisar imaginar a saúde de uma forma nova, que aceita erros como algo inevitável, desmitifica o médico como super-herói”, conclui. 


Grifo nosso
Fonte: Revista Time / Setor Saúde
Imagem: Reprodução


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