A
exigência da presença permanente de um farmacêutico em drogarias e farmácias,
introduzida pela na Lei 13.021/2014, causou divergência durante
audiência pública que discutiu, nesta terça-feira (4), a Medida Provisória 653/2014.
A MP 653/2014 relaxa a
exigência de farmacêutico em farmácias caracterizadas como pequenas ou
microempresas.
Pela
Lei 13.021/2014, publicada em agosto, a presença desse profissional é
obrigatória em todos os estabelecimentos farmacêuticos, enquanto o comércio
funcionar.
Com
a medida provisória, porém, as farmácias enquadradas no Estatuto da Micro e
Pequena Empresa (Lei Complementar 123/2014) passaram a adotar as regras da Lei
5.991/1973.
Essa
lei permite, em casos específicos, a presença de "prático de farmácia,
oficial de farmácia ou outro", inscrito em Conselho Regional de Farmácia
(CRF), como responsável do estabelecimento.
Para o presidente da
Federação Nacional dos Farmacêuticos
(Fenafar), Ronald Ferreira dos Santos, todos
ganham com a obrigatoriedade da presença de um farmacêutico nas farmácias.
Segundo
ele, a medida é positiva tanto para a categoria como para o dono da farmácia e
o consumidor, pois é a garantia de qualidade profissional e de atendimento.[...]
Por outro lado, o superintendente de Inspeção da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
Bruno Rios, apoiou a flexibilização
garantida pela MP 653.
Ele
lembrou que é obrigatória a presença de um responsável técnico em horário
integral de funcionamento, mesmo que não seja um farmacêutico.
O
superintendente do Sindicato do Comércio
Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal, José Aparecido
Guimarães, também defendeu a MP –
que, em sua avaliação, preserva os interesses da população. Para analisar a
importância da medida, disse Guimarães, é preciso conhecer “os rincões de todo
o país”.[...]
[...] 'Jabutis'
O
presidente da Associação Brasileira de Comércio Farmacêutico (ABCFarma), Pedro Zidoi Sdoia, afirmou
que a realidade é que muitas farmácias,
“mesmo algumas de grandes redes”, não conseguem manter um farmacêutico presente
durante todo o período de funcionamento.
Ele
reclamou da forma como o projeto que deu origem à Lei 13.021 foi aprovado no
Congresso e chegou discutir com o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), responsável
pelo substitutivo que resultou no texto final da lei.
Valente
lembrou que houve “várias concessões” para que o projeto se tornasse lei.
O
deputado disse que a legislação passou por todas as tramitações e debates
possíveis e contou com o compromisso do governo e das entidades
representativas. Ele reclamou das emendas incluídas no texto da MP, mesmo sem
relação com o texto original, dizendo que "se o jabuti está na árvore, foi
enchente ou mão de gente”.[...]
O
deputado Manoel Junior (PMDB-PB), relator da matéria, e a senadora Ana Amélia
(PP-RS) também participaram da audiência.
Já está marcado para a
próxima terça (11) um novo debate,
que deve ter representantes do Conselho Federal de Farmácia (CFF), da Associação
Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), da Secretaria de
Micro e Pequena Empresa (SMPE) e da Federação Intersindical Farmacêutica
(Feifar).
Adaptação: João Bosco
Grifo nosso
Fonte: Agência Senado
Imagem: Reprodução
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