Redes
pretendem oferecer de programa de perda de peso a controle de fumo.
[...] Desde agosto, quando uma mudança na
legislação do setor mencionou expressamente que a farmácia pode ser uma unidade de prestação de serviços para assistência
à saúde, a Abrafarma (associação que reúne as grandes redes) começou a
desenvolver uma série de tipos de serviço possíveis.
Segundo
Sérgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma, por enquanto existem oito
serviços em elaboração, projetos que serão enviados à Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária) em busca de autorização.
São exemplos de serviços que
as farmácias pretendem vender a seus clientes acompanhamento por farmacêuticos
para parar de fumar, perda de peso, controle de colesterol, diabetes,
hipertensão e gerenciamento do consumo de medicamentos prescritos pelo médico.
FURO DE ORELHA
Segundo
Barreto, a ideia não é sugerir que os farmacêuticos no futuro possam dividir
com os médicos a função de prescrever remédios nem que os próprios consultórios
dos médicos sejam instalados dentro das farmácias, como ocorre nos EUA.
"A
nossa lei não permite isso. Mas no Brasil ainda é baixa a interação com o
farmacêutico. Os serviços prestados são poucos, como furo de orelha e medição de
glicose."
Para
Barreto, ainda há no país "a mítica de que um modelo mais abrangente de
farmácia incentiva o consumidor a comprar mais remédio".
A
expansão do leque de possibilidades nas drogarias deu os primeiros passos no
país no início dos anos 2000, quando elas começaram a vender itens de
conveniência, abrangendo até recarga de celular e serviços bancários.
Após
mais de dez anos de idas e vindas na Justiça, em agosto deste ano as farmácias
foram definitivamente autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal a vender
produtos de conveniência, além de remédios, como fazem as farmácias americanas.
Entendem-se
por conveniência barras de cereais, câmeras fotográficas, meias, leite em pó,
repelente e picolé, entre outros itens de uma lista que, segundo os varejistas,
deve ficar cada vez mais abrangente no futuro.
CONSOLIDAÇÃO
A
evolução abriu caminho para a consolidação do setor e o interesse de redes
estrangeiras no mercado brasileiro, como foi o caso da americana CVS, que no
ano passado comprou a brasileira Onofre.
"Houve
insegurança por parte dos investidores no Brasil por vários anos. Mas hoje o
ambiente regulatório está mais claro. Isso abre uma nova era no setor",
diz Barreto.
O
momento é oportuno para a introdução de novos serviços nas farmácias, de acordo
com Natanael Costa, presidente do Sincofarma-SP (sindicato do setor).
"Não
é só o mercado que se beneficia. A população está tendo carência até com os
convênios particulares, e o atendimento farmacêutico supre uma parte da assistência
mais básica", diz Costa.
A
Anvisa informa que ainda avalia o impacto da nova
legislação e as possíveis alterações que possam ser necessárias nos marcos
regulatórios. "Neste momento não temos como avaliar a possível proposta da
Abrafarma, que ainda não foi apresentada à Anvisa", afirma a agência.
O
QUE AS FARMÁCIAS QUEREM OFERECER
1
Programa de perda de peso;
2
Acompanhamento de índices de colesterol;
3
Gerenciamento personalizado de medicação;
4 Plano
para abandonar o tabagismo;
5
Acompanhamento de hipertensão;
6 Controle
de pacientes diabético;
7
Imunização com vacinas;
8
-Consultoria para o paciente preservar a própria saúde.
Grifo nosso
Fonte: Jornal Folha de São Paulo/ Joana Cunha
Imagem: farmaciadosclerigos.pai.pt
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