Remédios
comprados pelo Ministério da Saúde para a saúde indígena custaram até 8.691%
mais que outras compras feitas pela pasta.
A
constatação foi feita pela CGU (Controladoria-Geral da União) sobre a prestação
de contas anual da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) de 2012, em
relatório revelado anteontem pela Folha que aponta problemas no controle
interno do órgão.
A
Sesai é o órgão do Ministério da Saúde criado no fim de 2010 para cuidar especificamente
da saúde indígena.
Os
problemas na saúde indígena estão sob investigação do Ministério Público
Federal, que recebe frequentes denúncias dos índios sobre a baixa qualidade do
serviço.
Em
uma análise por amostragem em Pernambuco, Rondônia e Tocantins, a CGU constatou
que os DSEIs (Distritos Sanitários Especiais Indígenas) compraram medicamentos
usando cartões corporativos do governo federal.
Índios
cambeba dançam para homenagear profissionais da saúde depois de serem vacinados
contra a gripe, em aldeia no rio Cueiras, no Amazonas Índios
cambeba dançam para homenagear profissionais da saúde, em aldeia no rio
Cueiras, no AM.
A
auditoria comparou os preços de aquisição dos medicamentos no DSEI de
Pernambuco, e constatou que estavam até 8.691% maiores do que dos mesmos
remédios comprados por licitação feita pelo Ministério da Saúde.
O
caso mais grave foi a compra de 60 comprimidos de besilato de anlodipino, droga
para hipertensão, ao custo de R$ 98 via
cartão corporativo ante R$ 1,10 via licitação.
Esses
casos teriam provocado um pagamento de R$ 1.765,39 a mais só em Pernambuco,
aponta o relatório.
Os
cartões corporativos teriam sido usados acima do limite de R$ 800 por compra,
para itens como peças de veículos e remédios. Em geral, a CGU aponta falhas na
gestão e fragilidades no controle interno da Sesai.
OUTRO LADO
Em
nota, o Ministério da Saúde não comenta as diferenças apontadas, mas afirma que
implantou um sistema nacional de gestão da assistência farmacêutica nos 34
DSEIs.
"O
sistema permite avaliar a quantidade necessária para o abastecimento e a
formação de estoque estratégico, evitando desperdícios e garantindo
fornecimento de medicamento de acordo com a necessidade dos indígenas. Os DSEIs
contam com farmacêuticos contratados pelo Ministério da Saúde para acompanhar a
dispensação dos medicamentos", diz a nota.
Grifo nosso
Fonte: Folhaonline / Aguirre
Talento
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