O resultado da pesquisa
certamente demonstra um certo conservadorismo por parte dos voluntários que dela participaram.
Estudos demonstram que o
jaleco é uma vestimenta de trabalho e, como tal, deve ser usada unicamente nos
ambientes as quais se destinam.
Nos países desenvolvidos, os
hospitais são dotados de escaninhos onde os profissionais de saúde ao chegarem
para trabalhar, trocam suas roupas por uma devidamente lacrada, limpa e
esterilizada e, após concluírem a jornada, essa vestimenta é remetida à
lavanderia do hospital para o novo processo de esterilização.
Afinal, as indumentárias
utilizadas no ambiente hospitalar são suscetíveis à contaminação das mais
variadas doenças infecto contagiosas.
Entretanto, existem no
Brasil algumas iniciativas legais no sentido de coibir o uso dessas vestimentas
fora do ambiente hospitalar.
Em Goiânia/GO, entrou em
vigor em 23/12/2012 a Lei Municipal nº 9.160/2012,
popularmente denominada “Lei do Jaleco” que estabelece critérios para o uso da
vestimenta.
À época, o Blog publicou acerca a norma porém, como tantas, poucos
profissionais da saúde tomaram ciência de sua existência e não unicamente por
esse fato, prevalece a não aplicação.
Eis a matéria acerca à pesquisa:
Pacientes
preferem médicos que vestem branco
Estudo
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto mostra que roupas usadas por profissionais de saúde interferem nas relações com
pacientes
Você
se importa com a aparência do seu médico?
Para
muita gente pode parecer algo sem importância, mas uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(FMRP) da USP concluiu que o tipo de roupa e os acessórios utilizados pelos
médicos podem interferir na sua relação
com os pacientes.
A
pesquisa foi realizada por cinco alunos da FMRP, orientados pelo professor José
Antonio Baddini-Martinez, do Departamento de Clínica Médica.
Durante
um ano, eles coletaram opiniões de 509
pessoas, entre elas 259 pacientes, 99 médicos e 119 estudantes de medicina envolvidos em atividades no Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP.
O estudo avaliou as impressões causadas pelos médicos
quando se vestem com diferentes estilos de roupas.[...]
[...] Para captar as
opiniões, os pesquisadores utilizaram
um painel de fotos em que dois médicos voluntários, “modelos”, exibiam
diferentes estilos de vestimenta (roupa inteiramente branca, avental branco,
avental social, formal, informal, casual e vestimenta utilizada em centro
cirúrgico).
Logo
após, pediam que, com base nestas fotos, os participantes respondessem qual dos
profissionais parecia: mais instruído e competente; mais responsável; mais
preocupado com os pacientes e mais higiênico.
Também perguntaram qual deles transmitiam mais confiança
no diagnóstico e no tratamento proposto e qual deles prefeririam para uma
consulta médica de rotina; uma consulta médica de urgência; conversar sobre
problemas psicológicos e conversar sobre problemas sexuais.
Completada a entrevista, o
voluntário era
orientado a assinalar em uma ficha “como se sentiria caso o médico ou a médica
que lhe atendesse usasse” um entre 20 itens relacionados com a aparência.
Os itens avaliados, em ambos
os sexos,
foram: shorts, bermudas, piercing facial, anéis, muitos anéis, cabelos tingidos,
cabelos tingidos com cor extravagante como verde ou vermelho, tênis, sandálias,
uso de camiseta, mangas curtas e mangas longas.
Os itens avaliados exclusivamente para os médicos foram: uso de brincos,
barba, bigode, cabelos compridos, paletó, gravata, jeans e ausência de gravata.
Itens
avaliados apenas para as mulheres
foram: uso de maquiagem carregada, brincos grandes, casaco social, cabelos
soltos, vestido longo, blusa sem mangas, blusa comprida e blusa, mostrando a
barriga.
As
respostas foram divididas em duas categorias: incomodado e não incomodado.
“Este
é o primeiro estudo que abordou aspectos relativos a julgamentos de valor sobre
o modo de se vestir e à aparência dos médicos feito no Brasil.
Além
disso, este é o primeiro realizado em nível mundial que também abordou as
opiniões dos estudantes de Medicina sobre o tema”, destacam os autores.
Na dúvida, vista branco!
De
um modo geral, os resultados indicaram que os pacientes preferem médicos e
médicas que utilizam estilos mais conservadores de vestimenta, em especial roupa inteiramente branca e, em seguida, o
avental branco.
Observou-se que os uniformes
profissionais geram maior grau de confiança e identificação.
Além
disso, médicos e estudantes de medicina também demonstraram preferência pelo
branco e desconforto com aparências excessivamente informais. [...]
[...] Melhor evitar
[...] No tocante aos acessórios, itens com grande grau de reprovação para ambos os
sexos foram o uso de shorts, bermudas, muitos anéis, piercing facial, e cabelos
de cor extravagante.
Para as mulheres também foram reprovadas maquiagem carregada e blusas mostrando a barriga.
Já
para o sexo masculino, itens
adicionais com reprovação foram uso
de sandálias, cabelos compridos e brincos.
“De
modo geral, tanto pacientes como médicos e estudantes, são muito conservadores
no tocante ao que esperam da aparência de seus médicos” conclui o professor.
O
artigo Impressões de pacientes, médicos e estudantes de Medicina quanto à
aparência dos médicos foi publicado em outubro de 2013 na Revista da Associação
Médica Brasileira.
Comentário: João Bosco
Grifo nosso
Fonte: Saúde Web / CREMEGO
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