quinta-feira, 6 de março de 2014

Pacientes preferem médicos que vestem branco

O resultado da pesquisa certamente demonstra um certo conservadorismo por parte dos voluntários que dela participaram.

Estudos demonstram que o jaleco é uma vestimenta de trabalho e, como tal, deve ser usada unicamente nos ambientes as quais se destinam.

Nos países desenvolvidos, os hospitais são dotados de escaninhos onde os profissionais de saúde ao chegarem para trabalhar, trocam suas roupas por uma devidamente lacrada, limpa e esterilizada e, após concluírem a jornada, essa vestimenta é remetida à lavanderia do hospital para o novo processo de esterilização.

Afinal, as indumentárias utilizadas no ambiente hospitalar são suscetíveis à contaminação das mais variadas doenças infecto contagiosas.

Entretanto, existem no Brasil algumas iniciativas legais no sentido de coibir o uso dessas vestimentas fora do ambiente hospitalar.

Em Goiânia/GO, entrou em vigor em 23/12/2012 a Lei Municipal nº 9.160/2012, popularmente denominada “Lei do Jaleco” que estabelece critérios para o uso da vestimenta.

À época, o Blog publicou acerca a norma porém, como tantas, poucos profissionais da saúde tomaram ciência de sua existência e não unicamente por esse fato, prevalece a não aplicação.

Eis a matéria acerca à  pesquisa:

Pacientes preferem médicos que vestem branco

Estudo da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto mostra que roupas usadas por profissionais de saúde interferem nas relações com pacientes

Você se importa com a aparência do seu médico?

Para muita gente pode parecer algo sem importância, mas uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP concluiu que o tipo de roupa e os acessórios utilizados pelos médicos podem interferir na sua relação com os pacientes.

A pesquisa foi realizada por cinco alunos da FMRP, orientados pelo professor José Antonio Baddini-Martinez, do Departamento de Clínica Médica.

Durante um ano, eles coletaram opiniões de 509 pessoas, entre elas 259 pacientes, 99 médicos  e 119 estudantes de medicina envolvidos em atividades no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP.

O estudo avaliou as impressões causadas pelos médicos quando se vestem com diferentes estilos de roupas.[...]

[...] Para captar as opiniões, os pesquisadores utilizaram um painel de fotos em que dois médicos voluntários, “modelos”, exibiam diferentes estilos de vestimenta (roupa inteiramente branca, avental branco, avental social, formal, informal, casual e vestimenta utilizada em centro cirúrgico).

Logo após, pediam que, com base nestas fotos, os participantes respondessem qual dos profissionais parecia: mais instruído e competente; mais responsável; mais preocupado com os pacientes e mais higiênico.

Também perguntaram qual deles transmitiam mais confiança no diagnóstico e no tratamento proposto e qual deles prefeririam para uma consulta médica de rotina; uma consulta médica de urgência; conversar sobre problemas psicológicos e conversar sobre problemas sexuais.

Completada a entrevista, o voluntário era orientado a assinalar em uma ficha “como se sentiria caso o médico ou a médica que lhe atendesse usasse” um entre 20 itens relacionados com a aparência.

Os itens avaliados, em ambos os sexos, foram: shorts, bermudas, piercing facial, anéis, muitos anéis, cabelos tingidos, cabelos tingidos com cor extravagante como verde ou vermelho, tênis, sandálias, uso de camiseta, mangas curtas e mangas longas.

Os itens avaliados exclusivamente para os médicos foram: uso de brincos, barba, bigode, cabelos compridos, paletó, gravata, jeans e ausência de gravata.

Itens avaliados apenas para as mulheres foram: uso de maquiagem carregada, brincos grandes, casaco social, cabelos soltos, vestido longo, blusa sem mangas, blusa comprida e blusa, mostrando a barriga.

As respostas foram divididas em duas categorias: incomodado e não incomodado.

“Este é o primeiro estudo que abordou aspectos relativos a julgamentos de valor sobre o modo de se vestir e à aparência dos médicos feito no Brasil.

Além disso, este é o primeiro realizado em nível mundial que também abordou as opiniões dos estudantes de Medicina sobre o tema”, destacam os autores.

Na dúvida, vista branco!

De um modo geral, os resultados indicaram que os pacientes preferem médicos e médicas que utilizam estilos mais conservadores de vestimenta, em especial roupa inteiramente branca e, em seguida, o avental branco.
Observou-se que os uniformes profissionais geram maior grau de confiança e identificação.

Além disso, médicos e estudantes de medicina também demonstraram preferência pelo branco e desconforto com aparências excessivamente informais. [...]

[...] Melhor evitar

 [...] No tocante aos acessórios, itens com grande grau de reprovação para ambos os sexos foram o uso de shorts, bermudas, muitos anéis, piercing facial, e cabelos de cor extravagante.

Para as mulheres também foram reprovadas maquiagem carregada e blusas mostrando a barriga.

para o sexo masculino, itens adicionais com reprovação foram uso de sandálias, cabelos compridos e brincos.

“De modo geral, tanto pacientes como médicos e estudantes, são muito conservadores no tocante ao que esperam da aparência de seus médicos” conclui o professor.

O artigo Impressões de pacientes, médicos e estudantes de Medicina quanto à aparência dos médicos foi publicado em outubro de 2013 na Revista da Associação Médica Brasileira.

Comentário: João Bosco

Grifo nosso

Fonte: Saúde Web / CREMEGO

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