Estudantes
de medicina terão de fazer, a partir de 2016, exames bienais para comprovar o conhecimento
adquirido no curso.
O resultado será
classificatório para o ingresso na residência.
A
regulamentação de regras para a graduação de medicina foi aprovada (03/04) pelo
Conselho Nacional de Educação (CNE), seguindo mudanças previstas na lei que
criou o Mais Médicos.
A avaliação dos alunos será
obrigatória e aplicada pelo Inep, órgão do Ministério da Educação responsável
pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Estudantes
que já estão matriculados em cursos de
medicina não serão atingidos pelas novas regras da graduação, mas poderão
optar por seguir o modelo futuro.
"Ela
[prova] passa a ser um componente curricular, como o internato", afirmou
Gilberto Braga, presidente da comissão responsável por analisar o tema.
Para
entrar em vigor, a resolução precisa ainda ser confirmada pelo ministro
Henrique Paim (Educação), o que deve ocorrer em breve, segundo a Folha apurou.
DISCUSSÃO
Jadete
Lampert, presidente da Abem (Associação Brasileira de Educação Médica), é
favorável aos exames sazonais, mas afirma que é necessário discutir o formato a
ser adotado para a prova.
Para
ela, a avaliação deveria considerar, além dos conhecimentos dos estudantes,
questões práticas que surgem no dia a dia do profissional.
"O
que temos [como padrão] é uma prova escrita, que avalia mais conhecimentos. As
habilidades do médico também são fazer um exame clínico simples, uma anamnese
[entrevista com o paciente]", afirma.
Sancionada
em outubro do ano passado, a lei que criou o programa Mais Médicos definiu um
prazo de seis meses para a manifestação do CNE.
A
proposta original do governo previa a ampliação do curso de medicina de seis
anos para oito. Mas, diante das críticas, a ideia foi abandonada.
REDE PÚBLICA
O
conselho definiu ainda que 30% da carga
horária do internato médico será dedicada à atenção básica, em unidades
públicas de saúde.
Hoje,
não está definido um percentual mínimo.
"[A
graduação de medicina] fica mais cidadã. Ela se insere definitivamente num
projeto de Estado, numa relação com o SUS. Isso era timidamente tratado na
diretriz anterior", avalia Braga.
Para
Lampert, essa decisão terá impacto também sobre a infraestrutura dos postos de
atenção básica do país, ainda carentes de equipamentos, segundo ela.
"Uma
coisa traz outra: não podemos obrigar o aluno a ir a um centro [de atenção
básica] que não existe."
Grifo nosso
Fonte: Folha de São Paulo -
Flávia Foreque / Escolas Médicas
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