Com
o papel de informar sobre ambientes de negócios, a última atualização do Índice Bloomberg de Eficiência em Saúde
ordenou os países de acordo com o nível de eficiência em saúde, medido pelos
seguintes indicadores: a expectativa de vida ao nascer, o gasto em saúde como
proporção do Produto Interno Bruto (PIB) e o gasto per capita em saúde com a
cobertura de atenção preventiva e curativa, planejamento familiar, atividades
nutrição e cuidados de emergência.
Segundo o economista que
atua no setor de saúde, André Medici,
o primeiro indicador teria uma relação direta com a eficiência e os outros dois
uma relação inversa.
"Estes três indicadores foram combinados
em um índice que varia de 0 a 100, onde a esperança de vida tem peso de 60%, o
gasto em saúde como proporção do PIB tem um peso de 30% e o gasto absoluto
percapita em saúde tem um peso de 10%", escreveu o economista.
Na
pesquisa, foram considerados 48 países,
incluindo o Brasil, com população mínima de 5 milhões de habitantes e renda
percapita mínima de US$ 5.000.
As
informações utilizadas foram baseadas em dados do Banco Mundial, Fundo
Monetário Internacional e Organização Mundial de Saúde.
Nesta
direção, segundo Medici, o índice de eficiência da saúde, foi avaliado pelo que
se pode alcançar em esperança de vida ao nascer (medida em anos) com a atual
porcentagem de gasto em saúde, dado uma certa dimensão do gasto absoluto em
saúde.
Resultados – Entre os 48 países analisados, os cinco mais eficientes, de acordo com os
critérios estabelecidos, foram Hong
Kong, Singapura, Japão, Israel e Espanha (nesta ordem) enquanto que os cinco mais ineficientes foram Brasil,
Sérvia, Estados Unidos, Iran e Turquia.
Em
relação à esperança de vida ao nascer, o
Brasil empata com a República Dominicana, na 45ª posição.
"Todos os outros países da América Latina
que entraram na análise - Cuba, Chile,
México, Argentina, Equador, Venezuela, Peru e Colômbia – apresentam esperança
de vida maior que a brasileira, mas paradoxalmente, todos eles tem um gasto
per capita em saúde bem menor que o do Brasil, segundo os dados da Bloomberg
[...]
O
Brasil também ocupa a décima sexta posição em relação ao gasto mais elevado em
saúde como proporção do PIB, alcançando quase 10%.
Com
exceção de Cuba, é o país que apresenta a maior proporção de gasto per capita
em saúde entre os latino-americanos.
A
participação do gasto em saúde no PIB
brasileiro é maior que a de países que reconhecidamente tem os sistemas de
saúde de melhor qualidade, como Suécia, Finlândia, Reino Unido e Austrália.
Segundo o economista, o gasto em saúde no país vem
aumentando rapidamente nos últimos anos devido à alguns problemas como a baixa
participação do gasto público no gasto total em saúde e a elevada participação
do gasto direto das famílias.
"Mesmo
assim, entre 2001 e 2011, a participação do gasto público em saúde no Brasil
como proporção do PIB aumentou de 3,1% para 4,1%, de acordo com informações
também levantadas pela Bloomberg L.P", completa.
No
que se refere ao gasto absoluto per capita com saúde, o Brasil apresenta ocupa
a 26ª posição, tendo o maior gasto per capita entre o conjunto dos países
latino-americanos selecionados e também gastos superiores a vários países do
leste europeu como Hungria, Polônia, Sérvia, Bulgária e Romênia.
Medici conclui que os resultados permitem demonstrar que o
Brasil, "não é um dos países que gasta menos em saúde, tanto do ponto de
vista do gasto per capita, como do gasto de saúde como proporção do PIB.
Mas
sua esperança de vida ao nascer é uma
das mais baixas entre os 48 países selecionados pelo Índice da
Bloomberg".
Além disso, ele conclui que países como o Brasil e
Estados Unidos "estão sempre dentro do que poderia ser chamado de zona de
ineficiência dos resultados em saúde com relação ao gasto, ocorrendo o inverso
com países como Hong Kong e Singapura".[...]
Grifo nosso
Título original: Brasil é um dos cinco países com pior
desempenho em saúde
Fonte: Monitor Saúde / Diagnóstico Web
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