sexta-feira, 11 de abril de 2014

Médico adverte para descontrole em cirurgias bariátricas no país

O médico Rogério Toledo Junior alertou, em audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) ontem, para o risco da banalização das cirurgias bariátricas, que visam à redução de peso.

Especialista em aparelho digestivo, ele afirmou que 90% das intervenções desse tipo feitas no país são desnecessárias.

Segundo o especialista, os pacientes normalmente desconhecem que depois da cirurgia vão adquirir para sempre uma condição mórbida de má absorção de nutrientes, problema causado pelas modificações na anatomia intestinal.

Temos que ser rígidos na informação: a cirurgia vai deixá-los doentes para sempre.

O debate, conduzido pelo presidente da CAS, Waldemir Moka (PMDB-MS), foi sugerido por Ana Amélia (PP-RS).

O objetivo era debater políticas públicas de combate à obesidade.


Segundo pesquisa do instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em conjunto com o Ministério da Saúde, 50% dos homens e 48% das mulheres do país têm excesso de peso.

O número de obesos chega a 12,4% dos homens e a 16,9% das mulheres. Lamentavelmente, o Brasil está caminhando para ter a obesidade como epidemia frisou Ana Amélia.

Desmineralização

O coordenador da Comissão de Prevenção e Combate da Obesidade da Associação Médica Brasileira (AMB), Rogério Toledo, esclareceu que a condição decorrente da cirurgia impede a absorção de ferro.

Por isso, de tempos em tempos, o paciente precisa tomar ferro, sempre por via venosa, já que não funciona por via oral.

No caso do cálcio, conforme o médico, não há mais como fazer a reposição.

Por isso, o organismo começa a se “desmineralizar”, o que resulta em fragilidade óssea, com a instalação acelerada da oesteopenia e da osteoporose.

Diante dos riscos, conforme o médico, o mais adequado é perseverar com tratamentos de emagrecimento que conjuguem dieta orientada e atividades físicas, além de suporte psicológico, para ampliar a chances de sucesso.

Ele salientou, no entanto, que nos quadros extremos, quando o paciente já atingiu a superobesidade (a obesidade mórbida), a cirurgia bariátrica é indicada.

Porém, observou que 10% dos superobesos nem sequer podem ser operados, diante do risco de morte na mesa de cirurgia.

Grifo nosso

Fonte: Jornal do Senado

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