O
médico Rogério Toledo Junior alertou, em audiência pública na Comissão de Assuntos
Sociais (CAS) ontem, para o risco da banalização das cirurgias bariátricas, que
visam à redução de peso.
Especialista em aparelho
digestivo,
ele afirmou que 90% das intervenções
desse tipo feitas no país são desnecessárias.
Segundo
o especialista, os pacientes normalmente desconhecem que depois da cirurgia vão
adquirir para sempre uma condição mórbida de má absorção de nutrientes,
problema causado pelas modificações na anatomia intestinal.
Temos
que ser rígidos na informação: a cirurgia vai deixá-los doentes para sempre.
O
debate, conduzido pelo presidente da CAS, Waldemir Moka (PMDB-MS), foi sugerido
por Ana Amélia (PP-RS).
O
objetivo era debater políticas públicas de combate à obesidade.
Segundo
pesquisa do instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em conjunto
com o Ministério da Saúde, 50% dos homens e 48% das mulheres do país têm
excesso de peso.
O
número de obesos chega a 12,4% dos homens e a 16,9% das mulheres. Lamentavelmente,
o Brasil está caminhando para ter a obesidade como epidemia frisou Ana Amélia.
Desmineralização
O
coordenador da Comissão de Prevenção e Combate da Obesidade da Associação Médica
Brasileira (AMB), Rogério Toledo, esclareceu que a condição decorrente da cirurgia impede a absorção de ferro.
Por
isso, de tempos em tempos, o paciente precisa tomar ferro, sempre por via venosa,
já que não funciona por via oral.
No
caso do cálcio, conforme o médico, não há mais como fazer a reposição.
Por
isso, o organismo começa a se “desmineralizar”, o que resulta em fragilidade
óssea, com a instalação acelerada da oesteopenia e da osteoporose.
Diante
dos riscos, conforme o médico, o mais adequado é perseverar com tratamentos de
emagrecimento que conjuguem dieta orientada e atividades físicas, além de
suporte psicológico, para ampliar a chances de sucesso.
Ele
salientou, no entanto, que nos quadros extremos, quando o paciente já atingiu a
superobesidade (a obesidade mórbida), a cirurgia bariátrica é indicada.
Porém,
observou que 10% dos superobesos nem sequer podem ser operados, diante do risco
de morte na mesa de cirurgia.
Grifo nosso
Fonte: Jornal do Senado
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