Conselho pede em seu site que médicos
relatem falta de estrutura e ameaças de demissão.
Em
pé de guerra com o governo federal, o Conselho Federal de Medicina (CFM)
reforçou ontem pedido para que a categoria denuncie problemas como a falta de
estrutura para trabalho e ameaças de demissão relacionadas ao programa Mais
Médicos.
``Você, médico brasileiro, quer fazer o melhor pela saúde do nosso
país, não é mesmo?
Então, se tiver informação sobre a falta de estrutura, falta
de respeito com o profissional e pacientes ou ameaças de demissão de colegas
por conta do Programa Mais Médicos, denuncie!``, diz o texto no site da
entidade.
Segundo
a assessoria do CFM, não é uma campanha. No entanto, e-mails também estão sendo
encaminhados para os profissionais. Segundo o texto no site, além dos dados, os
profissionais devem enviar também vídeos, fotos ou documentos que comprovem a
denúncia.
Na
semana passada, a entidade pediu à Procuradoria Geral da República e à Polícia
Federal que investigassem os relatos de vários médicos que disseram ter
enfrentado problemas no sistema de inscrição do programa Mais Médicos. O CFM
sugeriu que dificuldades aos brasileiros podem estar sendo criadas para atrair
estrangeiros.
O
Ministério da Saúde explicou que houve alguns casos em que o nome do médico não
batia com os dados da Receita, resultando na mensagem ``CRM inválido``, ou
seja, sem registro válido no Conselho Regional de Medicina (CRM).
Entidades com ações na
Justiça
O
CFM é contra o programa Mais Médicos, que tem por objetivo ampliar o número de
médicos no país e levá-los a regiões onde há carência desse tipo de profissional.
Uma ação foi proposta no Supremo Tribunal Federal contra o programa.
Em ofício
enviado ao STF ontem, a Advocacia Geral da União (AGU) afirmou que a medida
provisória que criou o programa Mais Médicos é ``necessária, relevante e
inadiável``. O parecer é uma resposta da área jurídica do governo à ação que
contesta o uso de uma MP para criar o Mais Médicos.
Entidades
que representam a categoria também reclamam que profissionais de outros países
poderão exercer a atividade médica no Brasil sem necessidade de se submeter a
avaliação técnica, como é exigido atualmente para médicos que querem atuar no
país.
O Revalida, um exame criado para os médicos com registro no exterior, é
dispensado para os profissionais que aderirem ao Mais Médicos.
No
programa federal, o exercício da profissão é autorizado pelo prazo de três
anos, renovável pelo mesmo período.
Hoje, o Ministério da Saúde divulga a lista
dos médicos brasileiros que aderiram ao programa federal e já poderão iniciar o
atendimento básico em cidades do interior e em periferias de regiões
metropolitanas em setembro.
O
conselho também é contra os vetos da presidente Dilma Rousseff ao Ato Médico,
lei que regulamenta o exercício da Medicina. Hoje, entidades médicas pretendem
fazer um protesto na Esplanada dos Ministérios sobre o Ato Médico.
A presidente
Dilma sancionou a lei, mas vetou trechos que, na avaliação do governo, impediam
profissionais de outras áreas prestarem serviços como acupuntura ou
fisioterapia.
Grifo nosso
Fonte: O Globo / Catarina Alencastro, André de Souza
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