Deputados
da Comissão de Seguridade Social e
Família aproveitaram a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha
ontem, em audiência do colegiado, para criticar o programa Mais Médicos, criado
pela Medida Provisória (MP) 621/13.
Eles
criticaram o programa por ter sido implantado
por meio de medida provisória, alertaram que a MP pode ser rejeitada e
classificaram de precário o vínculo
trabalhista dos médicos que trabalharão no interior.
Padilha
afirmou que, apesar de a Organização Mundial de Saúde não ter parâmetros sobre
números ideais, o País, que tem 1,8 médicos por mil habitantes, perde para a
Argentina, Uruguai e países europeus, além de 700 municípios não terem sequer um
médico.
Atualmente,
o Brasil tem 374 mil profissionais.
O
ministro explicou a meta de alcançar o número de 600 mil médicos no Brasil ate
2026, por meio do Mais Médicos.
O
programa prevê a criação de 11,5 mil vagas de curso de medicina e 12,4 mil
bolsas de formação de especialistas.
Um
dos autores do convite para a presença do ministro, o deputado Eleuses Paiva
(PSD-SP) acusou o Mais Médicos de ter tom eleitoreiro por ter sido apresentado
por meio de medida provisória e não por projeto de lei.
Padilha
respondeu que a medida provisória é o instrumento adequado para uma demanda
emergencial.
Segundo
ele, a MP permitiu que a partir de 1º de setembro mais de seis milhões de
brasileiros sem atendimento médico passem a tê-lo.
Formação - O deputado Mandetta (DEM-MS)
classificou de precário o vínculo trabalhista dos médicos que trabalharão no
interior e duvidou da formação desses profissionais.
“Vamos
acreditar no governo, em alguém que escreveu em algum lugar que a pessoa que
você está autorizando a atender aquilo que deveria ser o maior zelo de uma
nação, que é a vida do habitante?
"Vamos deixar para o governo
que ele faça isso sem solicitar nenhuma prova, sem solicitar nenhum exame?”
O
ministro rejeitou esse risco. “Apesar de dispensados do Revalida os médicos têm
atuação em seu país de origem e terão licença do CRM”, destacou.
O
ministro citou países onde há presença maciça de médicos estrangeiros, como a
Inglaterra, onde eles são 37% dos profissionais.
O
líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado
(GO), alertou para a hipótese de a medida provisória que estabeleceu o programa
ser rejeitada.Nesse caso, o Brasil teria, segundo ele, promovido contrabando de
profissionais de saúde. [...]
[...]
Por outro lado, os deputados Mandetta e Eleuses Paiva lamentaram o fato de não
ter havido um debate mais aprofundado sobre o acordo firmado.
O
relator reconheceu que a adesão de profissionais
ao programa ainda é baixa (até o momento, segundo o Ministério da Saúde, só
10,5% das vagas de inscrição foram preenchidas), mas que isso pode mudar.
“Quando
a MP estiver consolidada e as regras estabelecidas e revisadas, haverá médicos
pelo menos para a finalidade que propomos: levá-los para regiões onde não os
temos”, disse.
Tramitação
- Após passar pela comissão mista, a MP ainda será analisada pelos plenários da
Câmara e do Senado.
Grifo nosso
Fonte: Agência Câmara
Sem comentários:
Enviar um comentário