sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Prefeituras vão demitir médicos para receber equipes do governo



Os resultados de uma medida concebida de maneira açodada, sem qualquer planejamento e imediatista tem como resultado óbvio o fracasso e quando não, a prejudicialidade daqueles que nada tem haver com a situação.

Caso latente e concreto é o programa “mais médicos” implantado no afogadilho pelo governo federal tendo como timoneiro-mor o ministro medo da Saúde Alexandre Padilha.

Certamente, são os médicos os primeiros à pagarem a conta uma vez que, estão diretamente envolvidos na questão.

Vieram os médicos porém, ao lado desses profissionais, o governo deveria também fornecê-los um “kit-atendimento humano” que seria composto de assepsia, instalações físicas adequadas e salubres, fármacos e insumos.

Porém, essa é uma visão utópica a prevalecer as iniciativas improvisadas.

Uma proposta simplista e sem mágicas para preservar os médico na cidade criando assim, um vinculo com a comunidade seria a implantação do “médico de Estado” ou “medico de carreira” como queiram, em que, o profissional se submeteria a um concurso público e com vencimentos e normas semelhantes ao magistrado o que tange à sua permanência na cidade entre outros aspectos (leia post de 06/08/2013).

Projeto já em tramitação no Congresso que não apetece ao governo e, não se sabe o porque.  

Fica entretanto, prevalecendo a velha máxima: “uma andorinha não faz verão”.


Eis a matéria: 

Prefeituras vão demitir médicos para receber equipes do governo

Para aliviar as contas dos municípios, médicos contratados por diferentes prefeituras no país serão trocados por profissionais do Mais Médicos, programa do governo Dilma Rousseff (PT) para levar estrangeiros e brasileiros para atendimento de saúde no interior e nas periferias.

Na prática, a medida anunciada à Folha por prefeitos e secretários de saúde pode ameaçar a principal bandeira do plano: a redução da carência de médicos nesses lugares.

A reportagem identificou 11 cidades, de quatro Estados, que pretendem fazer demissões para receber as equipes do governo federal.

Segundo as prefeituras, essa substituição significa economia, já que a bolsa de R$ 10 mil do Mais Médicos é totalmente custeada pela União.

O plano de Dilma foi lançado em julho e provocou polêmica na classe médica principalmente devido à vinda de estrangeiros --incluindo 4.000 cubanos, que devem ser deslocados para 701 cidades que não despertaram interesse de ninguém na primeira fase do Mais Médicos.

Outro atrativo alegado por prefeituras para a troca de equipes é a fixação desse novo médico no município por um período mínimo de três anos.

Prefeitos reclamam da alta rotatividade dos médicos, que não se adaptam à falta de estrutura nessas localidades.

As cidades que já falam em trocar suas equipes estão no Amazonas (Coari, Lábrea e Anamã), Bahia (Sapeaçu, Jeremoabo, Nova Soure e Santa Bárbara), Ceará (Barbalha, Cascavel, Canindé) e Pernambuco (Camaragibe).

Hoje, as prefeituras recebem da União cerca de R$ 10 mil por equipe no programa Saúde da Família. Complementos de salários e encargos, porém, são pagos com recursos de cada cidade.


Um exemplo é Coari, no Amazonas, a 421 km de barco de Manaus, onde a prefeitura paga R$ 25 mil para médicos recém-formados e R$ 35 mil para os especialistas.

"Somos obrigados a pagar esse valor ou ninguém aceita.

Vamos tirar alguns dos nossos médicos e colocar os profissionais que chegarão do Mais Médicos", diz o secretário da Saúde, Ricardo Faria.

A prefeitura diz que vai demitir um médico de seu quadro para trocá-lo por outro que chegará já na primeira fase do programa federal.


Plano igual ao de Lábrea (a 851 km de Manaus), que tem seis médicos. "Pago R$ 30 mil para cada um deles. [Substituí-los] diminuiria os gastos da prefeitura", diz o prefeito Evaldo Gomes (PMDB).


Comentário: João Bosco

Grifo nosso

Fonte: Folhaonline






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