A
publicação dos resultados nessa prova não tem data para ser divulgada, apesar
de o cronograma prever que os médicos comecem a trabalhar na segunda-feira (16/09).
Os
médicos estrangeiros e brasileiros
formados no exterior que estão passando por curso antes de iniciar as atividades no Mais Médicos terão de
responder a apenas três perguntas e
participar de uma simulação de atendimento para que o governo avalie se
eles estão aptos a atuar no País.
Um
dos questionamentos do teste marcado para sexta-feira é o preenchimento correto
de um prontuário médico.
Desde
o dia 26, 682 profissionais são submetidos ao treinamento, que inclui aulas de
português e informações sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e
do programa de atenção básica.[...]
[...] O
exame final será aplicado após o término do curso pelos próprios professores
que ministram as aulas.
Desde o lançamento do programa, o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, tem reiterado que os médicos que não fossem aprovados nessa
etapa seriam excluídos.
O
teste será padronizado e coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Educacionais (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC) e
responsável pelas avaliações da pasta, entre elas o Revalida - prova aplicada
para revalidação do diploma de médicos formados no exterior.
Obrigatório
para os profissionais estrangeiros que queiram trabalhar no Brasil - com
exceção do Mais Médicos -, o Revalida
ocorre em duas etapas.
A primeira é composta por 110 questões objetivas e
a segunda, por uma avaliação
prática.
Considerado exigente, tem taxas baixas de aprovação, inferiores a 10%.
"O Revalida não
pergunta ao médico se sabe preencher um prontuário. Isso é básico e secundário em uma
prova assim. Mesmo um estudante tem de saber contar uma história para fazer uma
redação.
O que um médico precisa
saber são os sintomas das doenças mais comuns e como fazer o tratamento, além
da legislação", diz o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto
Luiz d’Ávila.
Formandos
do Estado de São Paulo são obrigados a fazer o exame do Conselho Regional de
Medicina de São Paulo (Cremesp), composto de 120 questões.
No
ano passado, 54,5% foram reprovados.
As discrepâncias entre os
testes aplicados regularmente no País e a prova marcada para sexta-feira
provocam polêmica e críticas.
Para Pietro Novellino, presidente da Academia Nacional de Medicina (ANM), três questões
são insuficientes. "Acho muito pouco. Não precisa ser uma avaliação super
aprofundada, mas deveria ter mais rigor e cobrar princípios básicos da clínica
médica, conhecimentos gerais sobre Medicina de Família, cuidados primários e
itens sobre pequenas cirurgias", diz.
Milton Arruda Martins,
professor titular de Clínica Médica da USP,
segue o mesmo raciocínio. "Saber preencher um prontuário médico é uma
condição básica, especialmente para um estrangeiro. Não acho que só essa
avaliação seja suficiente."
Resultados.
O MEC informou que a prova escrita é só um dos componentes de avaliação.
Segundo a pasta, os médicos têm sido avaliados
permanentemente durante o curso por meio de outras atividades, não detalhadas
ontem.
O
órgão ainda afirmou que todo o conteúdo ministrado ao longo de três semanas, e
também conhecimentos de Língua Portuguesa em situações de atendimento médico,
vão ser objeto do teste.
O governo, porém, não vai
cobrar a proficiência na língua.
[...]
Segundo
o MEC, os exames começarão a ser corrigidos logo após a aplicação, ainda na
sexta.
Título original: Prova final para os médicos formados no
exterior só terá três perguntas
Grifo nosso
Fonte: O Estado de S. Paulo
/ Adriana Ferraz e Fernanda Bassette
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