Está
em análise na Câmara o Projeto de Lei 5573/13, do deputado Otavio Leite
(PSDB-RJ), que determina que qualquer autoridade ou servidor público que possua
poder de polícia administrativo – federal, estadual ou municipal – possa
apreender remédio e/ou produto hospitalar nitidamente falsificado ou colocado à
venda com prazo de validade vencido.
Essa
apreensão se dará quando for constatado iminente potencial de dano à saúde
pública. O servidor público poderá apreender o lote inteiro do remédio e/ou
produto hospitalar, devendo encaminhá-lo à autoridade sanitária, com relatório
por escrito para lavratura do auto de infração.
A
proposta altera a Lei de Infrações à Legislação Sanitária (Lei 6.437/77).
Problema de saúde
O
autor da proposta ressalta que, além de prejudicar a eficiência econômica, a
geração regular de empregos e a arrecadação de tributos, os medicamentos
falsificados são um problema de saúde.
“Ao
adquirir o medicamento falsificado, o paciente não sabe quais substâncias
compõem cada comprimido e isso o impossibilita de saber os efeitos colaterais”,
alerta Otavio Leite. “Essas substâncias podem não produzir o resultado esperado
e até causar a morte do paciente.”
Ele
destaca que a sua proposta tem o objetivo de ampliar, de forma significativa, a
oferta de fiscalização pública.
“A pirataria de medicamentos é considerada
crime hediondo, sendo inafiançável, com pena máxima de 15 anos de reclusão, com
agravantes em caso de morte ou sequelas para os pacientes, não se descartando a
responsabilidade criminal pelo resultado causado a cada uma das vítimas”,
lembra o parlamentar.
10,5 bilhões de euros/ano
A
falsificação de remédios tem trazido dificuldades para a saúde global, lembra
Otavio Leite.
Ele cita estudo feito pela empresa Pfizer em 14 países europeus,
o qual mostra que o mercado de medicamentos falsificados movimenta cerca de
10,5 bilhões de euros por ano.
No
Brasil, acrescenta o deputado, segundo informações do Ministério da Justiça,
foram apreendidos 18 milhões de medicamentos irregulares em 2010.
As operações
de apreensão da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cresceram seis vezes de 2007 a 2010.
Já
os locais inspecionados durante as operações aumentaram nove vezes, de 136 para
1.245.
Entre os principais alvos de falsificações estão os remédios de alto
custo (como os usados no tratamento contra câncer), os para impotência sexual,
os emagrecedores e os anabolizantes.
Relatório
produzido pelo Conselho Nacional de Combate à Pirataria revela que os produtos
são encontrados no mercado informal, como feiras, camelôs e internet, mas
também em farmácias, drogarias e lojas.
Tramitação
O
projeto terá análise conclusiva das comissões de Trabalho, de Administração e
Serviço Público; de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e
de Cidadania.
Grifo nosso
Fonte: Agência Câmara
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