A valia é que o projeto de
lei não é originário da Argentina, Bolívia, Cuba, Venezuela ou Equador senão, já
haveria quem quisesse importar essa ideia.
Fato que, em função da
complexidade do ato cirúrgico é pouco provável que uma câmara consiga por
exemplo filmar a quantidade de fármaco que o anestesiologista ministrou no
paciente.
Não se afirmaria o Brasil e
sim, o mundo deveria observar com olhos mais atentos e ouvidos mais limpos que
o procedimento clínico seja ele qual for, depende de uma série de fatores para
almejar um satisfatório resultado.
Iniciam-se desde a boa
relação médico-paciente e não terminam.
Apenas se completam
devidamente tendo como meio as condições estruturais e humanas de tratamento
associada à particularidade biológica do paciente.
Eis a matéria:
O
jovem Rodrigo Aguirre, irmão do técnico Diego Aguirre (ex-Peñarol), morreu em
2007 depois de passar por um procedimento cirúrgico sob anestesia local, uma
pequena cirurgia.
O
anestesista foi condenado a três anos de
prisão pelo assassinato culpado dos 23 anos.
Camblor Liropeya Aguirre, a mãe de Rodrigo e presidente da Association
of Life Care, apresentou ao Comitê de Saúde do Senado sobre um projeto de lei
para instalar câmeras em blocos cirúrgicos, como forma de preservar a segurança
dos pacientes. [...]
[...] A iniciativa de quatro artigos
considerou como "instrumento indispensável" o uso de dispositivos de
áudio e vídeo nas salas de operação de todos os centros de saúde (público e
privado) no país.
Para
fazer a proposta, a associação foi com base na experiência das "caixas
pretas" utilizados na aviação para registrar a atividade dos instrumentos
e as conversas na cabine da aeronave.
Ele
também levou em conta o uso de câmeras de vídeo em procedimentos cirúrgicos em
países como Japão.
Camblor
explicou que lá se permite filmagens das intervenções cirúrgicas por familiar
do paciente.
"Após
a morte de meu filho, sempre pensei em fazer alguma coisa para parar de
acontecer este tipo de erro, ao ser filmado e gravado as operações pela
passagem de um acidente ou de uma catástrofe como a que aconteceu, para que não
haja dúvidas ", disse Camblor.
O
projeto também estabelece como instrumento essencial para a digitalização de
todos os registros cirúrgicos (registro de todos os eventos, as pessoas e os
instrumentos envolvidos ou parte da cirurgia).
A ideia é que as informações
contidas no projeto "é inviolável" e pode ser discutido com a ordem
judicial relevante, como uma forma de fornecer as máximas garantias para médicos,
pacientes e familiares.
Por sua vez, obriga a equipe médica de instituições
públicas e privadas a realização de "pausa cirúrgica" antes do ato
médico (no qual são revisados todos os itens, ferramentas e pessoas
que estarão presentes durante a cirurgia).
Na exposição de motivos do
projeto
explica que "a complexidade das organizações e procedimentos atuais
disponíveis para os cuidados de saúde têm feito as situações que podem causar
sérios danos aos pacientes que ocorrem cada vez mais, e até mesmo danos
irreparáveis perda de vida.[...]
"Fotografar tudo uma
segurança"
Em
carta dirigida ao senador Alfredo Solari (presidente da Comissão de Saúde do
Senado), a mãe do menino explicou suas
razões para fazer o projeto de lei que exigiria a filmagem do procedimento.
"Seria
bom para a segurança do paciente e para os profissionais envolvidos terem tudo
filmado. Autenticidade fiel do registro anestésico cirúrgico é de valor para os
futuros médicos e para muitos médicos, quando a cirurgia é diferente e traz
maiores riscos. Sempre mantendo a privacidade do paciente ", argumentou Camblor.
Ela
disse que "sob as circunstâncias que você tem que tomar medidas rigorosas
de segurança, pois é uma das maneiras que eles pagam os profissionais da
atenção que levam a profissão como uma máquina de fazer dinheiro esquecendo a
coisa mais importante é cuidar da vida paciente individual. "
Assinalou
Camblor que este tipo de má-prática
"não pode voltar a acontecer mas, ainda existem".
Em
memória de Rodrigo Aguirre, a cada 14 de abril de cada ano, celebra-se o Dia da
Segurança do Paciente.
Texto adaptado: João Bosco
Grifo nosso
Título original: Bill requer filmar todas as cirurgias
Fonte: Jornal El País – Uruguai / Migalhas
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