segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Projeto de Lei no Senado Uruguaio consta de filmagem de cirurgias

A valia é que o projeto de lei não é originário da Argentina, Bolívia, Cuba, Venezuela ou Equador senão, já haveria quem quisesse importar essa ideia.

Fato que, em função da complexidade do ato cirúrgico é pouco provável que uma câmara consiga por exemplo filmar a quantidade de fármaco que o anestesiologista ministrou no paciente.

Não se afirmaria o Brasil e sim, o mundo deveria observar com olhos mais atentos e ouvidos mais limpos que o procedimento clínico seja ele qual for, depende de uma série de fatores para almejar um satisfatório resultado.

Iniciam-se desde a boa relação médico-paciente e não terminam.


Apenas se completam devidamente tendo como meio as condições estruturais e humanas de tratamento associada à particularidade biológica do paciente.

Eis a matéria:

O jovem Rodrigo Aguirre, irmão do técnico Diego Aguirre (ex-Peñarol), morreu em 2007 depois de passar por um procedimento cirúrgico sob anestesia local, uma pequena cirurgia.

O anestesista foi condenado a três anos de prisão pelo assassinato culpado dos 23 anos.

Camblor Liropeya Aguirre, a mãe de Rodrigo e presidente da Association of Life Care, apresentou ao Comitê de Saúde do Senado sobre um projeto de lei para instalar câmeras em blocos cirúrgicos, como forma de preservar a segurança dos pacientes. [...]

 [...] A iniciativa de quatro artigos considerou como "instrumento indispensável" o uso de dispositivos de áudio e vídeo nas salas de operação de todos os centros de saúde (público e privado) no país.

Para fazer a proposta, a associação foi com base na experiência das "caixas pretas" utilizados na aviação para registrar a atividade dos instrumentos e as conversas na cabine da aeronave.

Ele também levou em conta o uso de câmeras de vídeo em procedimentos cirúrgicos em países como Japão.
Camblor explicou que lá se permite filmagens das intervenções cirúrgicas por familiar do paciente.

"Após a morte de meu filho, sempre pensei em fazer alguma coisa para parar de acontecer este tipo de erro, ao ser filmado e gravado as operações pela passagem de um acidente ou de uma catástrofe como a que aconteceu, para que não haja dúvidas ", disse Camblor.

O projeto também estabelece como instrumento essencial para a digitalização de todos os registros cirúrgicos (registro de todos os eventos, as pessoas e os instrumentos envolvidos ou parte da cirurgia).

A ideia é que as informações contidas no projeto "é inviolável" e pode ser discutido com a ordem judicial relevante, como uma forma de fornecer as máximas garantias para médicos, pacientes e familiares.

Por sua vez, obriga a equipe médica de instituições públicas e privadas a realização de "pausa cirúrgica" antes do ato médico (no qual são revisados ​​todos os itens, ferramentas e pessoas que estarão presentes durante a cirurgia).

Na exposição de motivos do projeto explica que "a complexidade das organizações e procedimentos atuais disponíveis para os cuidados de saúde têm feito as situações que podem causar sérios danos aos pacientes que ocorrem cada vez mais, e até mesmo danos irreparáveis perda de vida.[...]


"Fotografar tudo uma segurança"

Em carta dirigida ao senador Alfredo Solari (presidente da Comissão de Saúde do Senado), a mãe do menino explicou suas razões para fazer o projeto de lei que exigiria a filmagem do procedimento.

"Seria bom para a segurança do paciente e para os profissionais envolvidos terem tudo filmado. Autenticidade fiel do registro anestésico cirúrgico é de valor para os futuros médicos e para muitos médicos, quando a cirurgia é diferente e traz maiores riscos. Sempre mantendo a privacidade do paciente ", argumentou Camblor.

Ela disse que "sob as circunstâncias que você tem que tomar medidas rigorosas de segurança, pois é uma das maneiras que eles pagam os profissionais da atenção que levam a profissão como uma máquina de fazer dinheiro esquecendo a coisa mais importante é cuidar da vida paciente individual. "

Assinalou Camblor que este tipo de má-prática  "não pode voltar a acontecer mas, ainda existem".

Em memória de Rodrigo Aguirre, a cada 14 de abril de cada ano, celebra-se o Dia da Segurança do Paciente.


Texto adaptado: João Bosco

Grifo nosso

Título original: Bill requer filmar todas as cirurgias

Fonte: Jornal El País – Uruguai / Migalhas

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