quinta-feira, 23 de maio de 2013

Mais um capítulo do programa “importação de médicos”


Ao que parece, vem surtindo efeito a pressão por parte dos segmentos da classe médica no sentido de demover o governo em especial, o ministro da Saúde Alexandre Padilha que diga-se de passagem, é medico, a atabalhoada e imediatista  ideia de importar profissionais médicos em desobediência às normas praticadas em função desse feito principalmente, na isenção do Revalida por parte dos respectivos médicos que atuarão no país.

À cada dia noticia-se um pré-requisito – como é o caso noticiado - que de certa maneira traz à tona maiores dificuldades para o cumprimento da implementação do programa em caráter tão imediato como se preconizava.

Entretanto, a medida abaixo descrita vem a contemplar de pronto o desejo do governo uma vez que, espanhóis e portugueses não terão a menor dificuldade em falar nosso português.

Por outro lado, o Conselho Federal de Medicina divulgou nesta semana, um manual do governo cubano denominado Reglamento Disciplinario / Resoluçion 38/2005 cujo conteúdo estipula as normas de comportamento dos médicos cubanos  que atuam na Bolívia  (post publicado em 21-05-2013) em que trata das vedações e normas de conduta com a qual os médicos cubanos devem se portar no país em que trabalham inclusive, com ameaças punitivas para quem as desobedecer.

Essa iniciativa associada às outras talvez tenha sensibilizado o ministro Padilha a pensar e agir forma mais madura acerca da implementação do referido programa sem açodamentos tampouco reconhecimentos políticos ideológicos.

Porém, como nada na vida vem de graça, a notícia retornou à tona a premente necessidade de implementação da carreira de Estado para os médicos.

O que consta novamente mobilizado na Câmara dos Deputados é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 454/09, (post publicado em 31-01-2013) e (post publicado em 26-02-2013) ainda dos idos de 2009, de autoria dos deputados Eleuses Paiva (DEM-SP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), que cria a carreira de médico nos serviços públicos federal, estadual e municipal e estabelece a remuneração inicial da categoria semelhante a de juízes de primeira instância com a qual, segundo o projeto, o médico teria dedicação exclusiva.
Decerto que, as autoridades governamentais passam ao largo dos problemas sem desconfiar de que o erro é o erro. Deveriam olhar para o erro e conclamar: “Ali está o erro”.

Eis a matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo:

Médico estrangeiro terá de falar português

Governo continua a divulgar os detalhes de programa de 'importação' a conta-gotas; segundo ministro, 2.810 cidades podem receber profissionais

Dispensados de prova técnica de conhecimentos, médicos estrangeiros recrutados pelo governo federal para trabalhar em áreas carentes do País terão de fazer um teste de proficiência em português. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que profissionais dispostos a participar do programa, agora em fase de detalhamento, terão de comprovar conhecimento da língua para receber o registro provisório.

Essa permissão de trabalho temporária, com regras específicas, deverá ser criada por meio de uma medida provisória. O modelo estudado pelo governo prevê a concessão de um registro temporário, que habilitará o profissional a atuar nas periferias das cidades ou em locais afastados, durante um período determinado.

O prazo proposto é de três anos. Atualmente, para trabalharem no País, médicos precisam fazer um teste teórico e prático para revalidação do diploma, batizado de Revalida, que afere conhecimentos médicos. Quem faz esse exame recebe registro permanente e pode atuar em todo o País.

Recorte. Ontem, Padilha afirmou que somente municípios que participem do Programa de Requalificação de Unidades Básicas de Saúde (UBS) receberão médicos recrutados no exterior. A requalificação, coordenada pelo governo federal, prevê investimento de R$ 1,6 bilhão na reforma, ampliação ou construção de postos de atendimento. De acordo com o ministério, 2.810 municípios apresentaram neste ano propostas para construção de centros.[...]

[...] Outras medidas incluem a criação de vagas para cursos de Medicina e de especialização, mas com resultados esperados para médio prazo.

Entidades médicas, no entanto, são contra a proposta: afirmam que no Brasil não há falta de profissionais, apenas uma distribuição inadequada. Argumentam ainda que o recrutamento de profissionais, que ficariam dispensados de fazer a prova de revalidação, traria uma medicina de qualidade questionável às classes mais pobres da população.

Padilha afirma que o assunto não pode ser tratado de forma preconceituosa. E, a conta-gotas, anuncia detalhes do programa - que em parte neutralizam as críticas das entidades de classe. Médicos da Bolívia e do Paraguai, países sempre citados pelo Conselho Federal de Medicina por apresentar faculdades de qualidade duvidosa, por exemplo, ficariam de fora do programa. Profissionais formados na Escola Latino-Americana de Cuba (Elam) também não poderiam participar dessa iniciativa.

Comentário: João Bosco

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo / Lígia Formenti

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