segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Faculdades desistem de usar animais vivos em cursos de medicina do país

Não obstante os apelos dos que são sensíveis à prática de uso de animais em experimentos científicos, a mesma vêm desde os idos dos anos 20 o que, reconhecidamente trouxe excelentes benefícios para o progresso da ciência de nossa humanidade.

Notadamente, nos dias de hoje, a consciência em respeito aos animais se sobrepõe sobremaneira aos antigos tempos porém, a penicilina, o antibiótico, a vacina sabin e outros tantos antídotos de moléstia de massa, obtiveram êxito graças também aos testes primários efetuados em animais.

A história prova tanto no âmbito político como no científico que, a radicalização dos costumes não traz bons resultados para a humanidade.

Particularmente, no ensino médico dos países desenvolvidos, deixaram há algum tempo de utilizar em larga escala cadáver na aula de anatomia entretanto, essas escolas detêm manequins que simulam a contento essa “substituição” o que não se pode dizer o mesmo  nas  escolas médicas ou de qualquer área de saúde do Brasil.

Impossível imaginar uma cadeira tão fundamental para a formação de um profissional da saúde – a exemplo da anatomia - sem um estudo minucioso do corpo humano seja ele um manequim que traduz literalmente o ser humano ou um cadáver.

Os animais querendo ou não, são ainda a forma mais eficaz encontrada para a constatação dos efeitos de uma pesquisa sobretudo no camundongo, no porco e em alguns cães,  particularmente o da raça beagles.

Essas escolhas não são efetuadas de forma aleatória.

Todas tem uma razão de ser, inclusive, num segundo momento seres humanos portadores da patologia também a ela são submetidas.

Há de se ter bom senso em estabelecer novos protocolos de pesquisa e fundamentalmente ater se a mudança de paradigma não trará malefícios para a ciência.


O reconhecimento de um erro é um gesto nobre. O problema é que não se pode penitenciar pelo erro errado.


Eis a matéria:

Faculdades desistem de usar animais vivos em cursos de medicina do país

Embora muitas faculdades de medicina no Brasil ainda utilizem animais vivos em sala de aula, há cursos de graduação no país que abriram mão dessa prática.

Segundo essas instituições, o uso de métodos alternativos, como manequins que simulam reações do corpo humano (para aulas de técnicas cirúrgicas) e de softwares (para aulas de fisiologia) hoje já suprem as necessidades de ensino.

"Existe um currículo oculto, aquilo que você não ensina na disciplina, mas que ensina nas suas atitudes. O uso de animais vivos em sala de aula dessensibiliza o aluno", diz Odete Miranda, professora da Faculdade de Medicina do ABC, que em 2007 aboliu o uso de animais vivos na graduação em medicina.

A decisão, diz ela, foi impulsionada pela lei 9.605, de 1998, que estabelece que a "experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos" é crime quando houver recursos alternativos.

A Anhembi Morumbi faz o mesmo desde 2008, quando começou o curso de medicina. "O padrão internacional para ensino vai nessa direção. Para replicar um experimento cujo resultado você já sabe, o uso de animais vivos é desnecessário", diz Karen Abrão, diretora da Escola de Ciências da Saúde.

Também a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) aboliu em 2007 os animais vivos em medicina, após mobilização de alunos.

A substituição de animais é recente, dizem as instituições. Entre as razões para manter animais vivos estão o custo menor e a tradição.

O Conselho Federal de Medicina afirma que o tema ainda não foi discutido em plenário e que, por isso, não tem posição oficial.

Nos EUA e no Canadá, segundo a ONG Comitê de Médicos para a Medicina Responsável, apenas quatro faculdades de medicina (de 187 existentes) ainda utilizam animais vivos para o ensino.

Grifo nosso

Comentário: João Bosco

Fonte: Folha de São Paulo / Luisa Pessoa

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