Não obstante os apelos dos que
são sensíveis à prática de uso de animais em experimentos científicos, a mesma
vêm desde os idos dos anos 20 o que, reconhecidamente trouxe excelentes benefícios
para o progresso da ciência de nossa humanidade.
Notadamente, nos dias de
hoje, a consciência em respeito aos animais se sobrepõe sobremaneira aos
antigos tempos porém, a penicilina, o antibiótico, a vacina sabin e outros
tantos antídotos de moléstia de massa, obtiveram êxito graças também aos testes
primários efetuados em animais.
A história prova tanto no
âmbito político como no científico que, a radicalização dos costumes não traz
bons resultados para a humanidade.
Particularmente, no ensino
médico dos países desenvolvidos, deixaram há algum tempo de utilizar em larga
escala cadáver na aula de anatomia entretanto, essas escolas detêm manequins
que simulam a contento essa “substituição” o que não se pode dizer o mesmo nas escolas
médicas ou de qualquer área de saúde do Brasil.
Impossível imaginar uma
cadeira tão fundamental para a formação de um profissional da saúde – a exemplo
da anatomia - sem um estudo minucioso do corpo humano seja ele um manequim que
traduz literalmente o ser humano ou um cadáver.
Os animais querendo ou não,
são ainda a forma mais eficaz encontrada para a constatação dos efeitos de uma
pesquisa sobretudo no camundongo, no porco e em alguns cães, particularmente o da raça beagles.
Essas escolhas não são
efetuadas de forma aleatória.
Todas tem uma razão de ser, inclusive, num
segundo momento seres humanos portadores da patologia também a ela são submetidas.
Há de se ter bom senso em
estabelecer novos protocolos de pesquisa e fundamentalmente ater se a mudança
de paradigma não trará malefícios para a ciência.
O
reconhecimento de um erro é um gesto nobre. O problema é que não se pode
penitenciar pelo erro errado.
Eis
a matéria:
Faculdades
desistem de usar animais vivos em cursos de medicina do país
Embora
muitas faculdades de medicina no Brasil ainda utilizem animais vivos em sala de
aula, há cursos de graduação no país
que abriram mão dessa prática.
Segundo essas instituições, o uso de métodos alternativos, como
manequins que simulam reações do corpo humano (para aulas de técnicas
cirúrgicas) e de softwares (para aulas de fisiologia) hoje já suprem as
necessidades de ensino.
"Existe
um currículo oculto, aquilo que você não ensina na disciplina, mas que ensina
nas suas atitudes. O uso de animais
vivos em sala de aula dessensibiliza o aluno", diz Odete Miranda, professora da Faculdade de Medicina do ABC,
que em 2007 aboliu o uso de animais vivos na graduação em medicina.
A
decisão, diz ela, foi impulsionada pela lei
9.605, de 1998, que estabelece que a "experiência dolorosa ou cruel em
animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos" é crime quando
houver recursos alternativos.
A Anhembi Morumbi faz o
mesmo desde 2008, quando começou o curso de medicina. "O padrão internacional para
ensino vai nessa direção. Para replicar um experimento cujo resultado você já
sabe, o uso de animais vivos é desnecessário", diz Karen Abrão, diretora
da Escola de Ciências da Saúde.
Também
a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) aboliu em 2007 os animais
vivos em medicina, após mobilização de alunos.
A
substituição de animais é recente, dizem as instituições. Entre as razões para
manter animais vivos estão o custo menor e a tradição.
O
Conselho Federal de Medicina afirma que o tema ainda não foi discutido em
plenário e que, por isso, não tem posição oficial.
Nos
EUA e no Canadá, segundo a ONG Comitê de Médicos para a Medicina Responsável,
apenas quatro faculdades de medicina (de 187 existentes) ainda utilizam animais
vivos para o ensino.
Grifo nosso
Comentário: João Bosco
Fonte: Folha de São Paulo / Luisa Pessoa
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