Entre
os hospitais do SUS, taxa de ocupação não ultrapassa 64%. Um índice abaixo de
75% é considerado deficitário para especialistas do setor.
Um
dos principais problemas dos hospitais
brasileiros é a carência de leitos.
Das
6.774 unidades do país, cerca de 88% disponibilizam menos de 150 leitos.
Isto,
levando-se em consideração que um hospital torna-se viável operacionalmente
quando possui ao menos esse número de leitos e com isso consegue ter ganhos de
escala suficiente para negociar com operadoras de planos de saúde,
laboratórios, fornecedores de próteses, entre outros. As informações são do
Valor Econômico.
Segundo
Marcelo Caldeira Pedroso, professor da FEA-USP, durante o seminário "A
Profissionalização da Administração Hospitalar", realizado nesta
segunda-feira (04), em São Paulo, um hospital com menos de 150 leitos pode ser
viável quando, por exemplo, é focado em determinada área médica ou é bem
localizado.
No Brasil são poucos os estabelecimentos com mais
de 1 mil leitos, como o Hospital das Clínicas (SP), com 2,2 mil leitos, a Santa
Casa de Porto Alegre com 1,2 mil, e a Beneficência Portuguesa servida por 1.165
leitos.
Para efeito de comparação, os 23 maiores hospitais dos Estados
Unidos possuem mais 1 mil leitos.
Pedroso
acredita que o modelo ideal é o hospital
de grande porte especializado em uma área médica.
Alguns exemplos
No Canadá, o Hospital Shouldice trata
exclusivamente de problemas de hérnia e o custo para tratamento da doença é de
US$ 2,3 mil, contra US$ 7 mil em hospitais gerais.
Na Índia, o hospital Narayana, de cardiologia,
realiza uma cirurgia cardíaca por US$ 2,4 mil, menos da metade do valor cobrado
por outros estabelecimentos no país.
No
Brasil, com 12 institutos e hospitais especializados, o Hospital das Clínicas
(SP) segue caminho semelhante.
De
acordo com Marcos Fumeo Koyama, superintendente do Hospital das Clínicas,
possui áreas específicas de conhecimento médico e um único 'back office' para
tecnologia, contabilidade, marketing, entre outros que atendem todas as áreas.
Até 2011, o HC era do Unibanco e trouxe esse modelo do banco.
Segundo
Koyama, com essa estratégia o montante investido no hospital da Faculdade de
Medicina da USP saltou de R$ 16 milhões para R$ 60 milhões por ano.
DISTRIBUIÇÃO
DE LEITOS NOS HOSPITAIS NO BRASIL
(Fonte: CNES, FEA-USP)
Região
Norte............................................. 535
hospitais - 70% têm entre 20 e 149 leitos;
Região
Nordeste....................................... 1.889
hospitais - 68,3% têm entre 20 e 149 leitos;
Região
Centro-Oeste................................ 791
hospitais - 74,6% têm entre 1 e 49 leitos;
Região
Sudeste........................................ 2.409
hospitais - 65,3% têm entre 20 e 149 leitos;
Região
Sul................................................ 1.120
hospitais - 70% têm entre 20 e 149 leitos.
Diante
dos custos elevados na saúde, eficiência em gestão tornou-se fundamental para
hospitais, sejam eles privados, públicos ou filantrópicos.
Para
Gonzalo Vecina Neto, superintendente do Hospital Sírio-Libanês e que também foi
presidente da Anvisa e secretário da saúde de São Paulo, a eficiência é o nome
do jogo. "O gestor de um hospital precisa ter uma visão ampla, conhecer um
pouco de tudo: medicina, contabilidade e pessoas.
Isso
vale também para os hospitais filantrópicos porque não há mais grandes doadores
na saúde como havia no passado. O último foi o Antonio Ermírio de Morais".
A
taxa de ocupação dos leitos é uma das métricas utilizadas no setor para medir a
eficiência dos recursos. Segundo Pedroso, da FEA, entre os hospitais de
referência, como o Albert Einstein e o Sírio Libanês, o índice é de 83% e
89,5%, respectivamente.
Já
entre os hospitais do SUS, a taxa de ocupação não ultrapassa de 64%. Um índice
abaixo de 75% é considerado deficitário para especialistas do setor.
Grifo nosso
Fonte: Diagnóstico Web
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