O autor do Blog, aproveita o
ensejo e deseja muito sucesso aos (as) caros (as) farmacêuticos (as) comemorado neste dia 20 de janeiro.
Metade
das 97 mil farmácias e drogarias do Brasil funciona irregularmente, sem técnico
responsável em horário integral. Na maioria, a falta ocorre em certas horas do
dia, mas 10% delas não têm farmacêutico nunca.
Os
números constam de um censo obtido com exclusividade pela Folha, que será
lançado hoje pelo ICTQ (instituto de pós graduação para farmacêuticos). Lei de
1973 determina a presença do farmacêutico durante todo o tempo de funcionamento
da farmácia, sob pena de multas e até interdição do local.
Entre
as funções do farmacêutico estão conferir a receita do médico, orientar o
consumidor sobre o remédio e prescrever remédios que não exijam receita médica.
"Em
muitas farmácias, é o atendente que faz as vezes de farmacêutico. Isso expõe a
população a complicações em quadros clínicos de saúde e até risco de
morte", afirma Marcus Vinícius Andrade, que coordenou o estudo.
Dos
1.923 usuários entrevistados, 54% não conseguem diferenciar o farmacêutico do
atendente de balcão.
Editoria
de Arte/Folhapress
A
maior parte das farmácias irregulares se concentra no Nordeste e no Norte.
Piauí, Maranhão e Pará lideram o ranking, com 2.639 estabelecimentos sem
farmacêuticos.
Para
a Abrafarma (associação brasileira de farmácias) existe um déficit de ao menos
30 mil profissionais.
Hoje há 180 mil farmacêuticos registrados no país, mas
30% não trabalham em farmácias.
Atuam em laboratórios e unidades de saúde, por
exemplo.
"Muitas
querem contratar, mas não encontram profissionais. Tem rede reduzindo as
unidades 24h porque não acha farmacêutico", diz Sérgio Mena Barreto,
presidente da Abrafarma.
Já
o CFF (Conselho Federal de Farmácia) nega que haja falta de profissionais e
afirma que o problema é o excesso de farmácias, muitas delas funcionando de
forma ilegal.
"O
Brasil tem cinco vezes mais farmácia do que o necessário. Qualquer baiuca se
intitula farmácia, coloca uma prateleira e começa a vender remédio", diz
Walter Jorge João, presidente do CFF.
Segundo
ele, há farmacêuticos suficientes e, nos próximos quatro anos, as escolas devem
formar mais 80 mil.
João
diz que em muitas farmácias tidas como irregulares a ausência do farmacêutico é
temporária.
"Saiu para almoçar ou está férias e a farmácia não conseguiu
repor", explica ele, que contesta os resultados da pesquisa. "Será
que eles foram em todas as farmácias e em todos os horários para concluir
isso?"
O
ICTQ diz ter cruzado dados de todos os conselhos de farmácia do país com os de
farmácias e drogarias. Além disso, entrevistou 1.923 usuários e 2.331
profissionais.
Para
Pedro Eduardo Menegasso, presidente do Conselho Regional de Farmácia de São
Paulo, o déficit é causado pela má distribuição dos farmacêuticos. "É o
que acontece no caso dos médicos. Há uma concentração de profissionais no Sul e
no Sudeste."
Em
alguns Estados, a falta de farmacêuticos chegou ao Ministério Público.
Na
Paraíba, onde 112 farmácias funcionam sem o profissional, algumas delas se
livraram de punição porque provaram que não preenchem as vagas por falta de
interessados.
"Fechar
farmácias por falta de farmacêutico não é um bom negócio para a população,
sobretudo nas cidades menores", diz Mena Barreto.
Grifo nosso
Fonte: Folha de São Paulo / Cláudia Collucci
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