O
Ministério da Saúde pretende fixar um teto máximo para o preço dos medicamentos
similares, em até 65% do remédio de referência de cada categoria, a exemplo do
que vale hoje para os genéricos.
A
proposta, anunciada nesta quinta-feira (16) pelo ministro Alexandre Padilha
(Saúde), depende da aprovação da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de
Medicamentos) –colegiado presidido pelo titular da Saúde e cuja
secretaria-executiva é ocupada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária).
O governo não consegue
medir, porém, o impacto exato da instituição desse teto nos preços.
Isso porque
são regulados os preços máximos dos medicamentos, mas o preço no balcão costuma
variar a depender da concorrência em cada categoria e do modelo de negócios
adotado.
O
anúncio acompanhou o lançamento de uma consulta
pública da Anvisa que pretende mudar as regras de venda dos remédios
similares, aproximando essa categoria dos populares genéricos, como antecipado
pela Folha em dezembro do ano passado.
Segundo
a consulta, que será publicada nesta
sexta (17) e ficará aberta por 30 dias, os medicamentos similares terão
intercambialidade com os remédios de referência.
Isso significa que poderão ser oferecidos, pelo
farmacêutico ao paciente, como substituto ao remédio de referência
–intercambialidade que, hoje, só é liberada ao genérico.
Medicamentos
de referência são aqueles tidos como inovadores, que apresentam estudos de
eficácia e segurança à Anvisa no momento do registro.
Já
genéricos e similares são cópias do remédio de referência.
E,
até o final de 2014, os similares deverão apresentar os mesmos estudos que
atestam sua equivalência ao produto de referência já cobrados hoje dos remédios
genéricos.
Por
conta dessa unificação da cobrança dos testes, a Anvisa resolveu modificar,
também, o modelo de venda dos similares.
Na
avaliação da direção da Anvisa, a declaração da intercambialidade dos similares
deve ser acompanhada de uma limitação do preço máximo do produto, para garantir
que a mudança não provoque o movimento indesejado de aumento dos preços no
mercado.
Durante
os anúncios, o ministro da Saúde repetiu algumas vezes que o objetivo da medida
era pressionar pela redução dos preços dos remédios, por conta de um aumento de
concorrência e oferta aos consumidores.
TARJA AMARELA E
"EQ"
Pela proposta da Anvisa, os medicamentos similares deverão ser
identificados com a mesma tarja amarela usada pelos genéricos.
E,
ainda, deverão trazer impresso um "EQ", que identifique o produto como
equivalente ao de referência.
Os
genéricos mantém sua caracterização atual, a tarja amarela e o símbolo
"G".
Dois
modelos da nova caixinha de similares foram colocados em cima da mesa de onde
Padilha anunciava as novas medidas.[...]
[...]
O diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, disse acreditar que o
encerramento da consulta pública, a publicação da resolução fixando as novas
regras e a definição do preço dos similares ocorram ainda no primeiro semestre
de 2014.
As
novas regras só devem valer após a instituição no novo modelo de preços dos
similares.
Segundo
Barbano, a expectativa do governo é ampliar a proporção de genéricos e
similares para 80% do mercado nos próximos três anos –hoje, ele está um pouco
abaixo de 70%, de acordo com dados da agência.
Grifo nosso
Fonte: Folha de São Paulo / Johanna
Nublat
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