Para se manter, jovem que
estuda na Poli-USP faz plantões nos finais de semana Thiago Teixeira Cesar, 26,
saiu do Piauí para estudar em São Paulo movido pela carência de profissionais.
Até ano passado, a vida de
Thiago Augusto Teixeira Cesar seguia um curso tranquilo. Diploma de médico,
emprego na área, bom salário.
Mas ele ficava inquieto com
as constantes notícias sobre a carência de engenheiros no país, o aumento dos
salários na área, as oportunidades de crescimento.
Decidiu, então, prestar
vestibular para o curso que o atraía desde o ensino médio. Neste ano, ele
começou na Escola Politécnica da USP.
"Agora estou aqui,
bixo' aos 26 anos", brinca Thiago, que é do Piauí.
Para se manter em São Paulo
e no novo curso, o atual médico e aspirante a engenheiro faz plantões em
hospitais particulares da cidade durante os finais de semana e em algumas
madrugadas.
Ele conta que sempre ficou
em dúvida entre medicina e engenharia. Escolheu, num primeiro momento, por
medicina porque "os cursos de engenharia em Teresina não eram muito
desenvolvidos".
As notícias do bom momento
da engenharia coincidiram com o momento que ele precisava escolher uma
especialidade médica. Disse que não se empolgou por nada. E esse foi o empurrão
final para a nova profissão.
"O salário inicial do
engenheiro é baixo, comparado com o de médico. Mas acho que, após uns seis
anos, a curva se inverte. E estou muito empolgado em ajudar no desenvolvimento
tecnológico do país", afirmou.
DIFÍCIL
O momento econômico
brasileiro também atraiu Dayse Christina Araújo Campos, 18, que está no
terceiro semestre de engenharia da Anhembi Morumbi (SP).
Apesar de ter afinidade com
matérias da área de exatas, Dayse está achando o curso de graduação difícil.
No primeiro semestre, a
instituição chega a dar reforço dos conteúdos ensinados no ensino médio.
Ela diz estar gostando do
curso, mas acha que poderia haver mais atividades práticas. "Gostaria de
aplicar o que estou aprendendo."
Diretor de inovação da
Confederação Nacional da Indústria, Paulo Mol comemora o aumento de
ingressantes nos cursos de engenharia.
Ele afirma, porém, que o
maior interesse dos jovens pela área ainda não representou alívio para a falta
de mão de obra no país.
"Demora até esses
estudantes chegarem às empresas. Mas é um crescimento importante para suprir a
demanda de agora e das próximas décadas", disse.
Fonte: Folhaonline
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