De cada 25 presos
sentenciados à pena de morte, nos EUA, um é provavelmente inocente, de acordo
com um estudo do Centro de Informações sobre a Pena de Morte, divulgado nesta
terça-feira (29/4).
O estudo,
feito por professores e pesquisadores de universidades de Michigan e da
Pensilvânia, foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of
Sciences.
O estudo afirma que apenas 1,6% dos presos sentenciados à pena de morte
são efetivamente libertados.
Porém, a maioria dos inocentes no corredor da morte têm sua pena convertida
para prisão perpétua e, quando eles são incluídos nas estatísticas, o
percentual sobe para 4,1%. Essa é uma “estimativa conservadora” do número de
condenações erradas nos EUA, dizem os autores. [...]
[...] O estudo afirma que as
pesquisas desmentem o ministro da Suprema Corte dos EUA Antonin Scalia, que
escreveu em uma decisão de 2007 que a taxa de erros em condenações criminais
nos EUA era de apenas 0,027% — ou, para colocar esse dado de outra forma, a
taxa de sucesso era de 99,973%.
As
sentenças de pena de morte representam menos de 0,1% de todas as condenações
nos EUA.
Mas também representam 12%
de todos os casos de libertação de presos inocentes, no período de 1989 a 2012, segundo as estatísticas.
De
acordo com o estudo, as condenações à pena de morte vêm declinando nos Estados
Unidos.
Desde a década de 90,
ocorreu uma redução de 75% no
número de aplicação da pena capital. E as execuções caíram pela metade.
Até
agora, 18 dos 50 estados americanos
extinguiram a pena de morte.
E
as execuções são suspensas indefinidamente por governadores em quatro estados,
porque a pena de morte é a única condenação errada que não gera qualquer tipo
de reparação à vítima, depois de executada.
A
taxa de condenações de réus inocentes é tida, nos EUA, como “meramente desconhecida
e impossível de conhecer”.
Na
verdade, muito poucas condenações erradas são descobertas a qualquer tempo,
principalmente entre réus que não são sentenciados à morte e que não dispõem de
meios para provar a própria inocência.
Nesse
caso, se for para ser condenado, ser sentenciado à pena de morte pode ser o
melhor remédio, porque o próprio sistema se encarrega de continuar investigando
o caso, para não executar mais um inocente, como já tem ocorrido tantas vezes
no passado.
Grifo nosso
Fonte: Consultor Jurídico
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