Ignorando toda e qualquer
manifestação de repúdio pelos seguimentos legitimamente envolvidos, o governo
de forma autoritária e imediatista, segue na adoção da prática de importação de
médicos.
Após a publicação da
Portaria Interministerial nº 278/2011 que instituiu o Exame de Revalidação de
Diplomas o chamado “Revalida”, o número de revalidação de diplomas de medicina
obtidos no exterior sofreu queda expressiva, exame esse, organizado pelo Inep (órgão
do Ministério da Educação) para medir os conhecimentos dos candidatos.
Segundo dados divulgados
nesta quarta-feira (12) pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde), se em 2003 668
médicos tiveram o diploma estrangeiro revalidado no Brasil, em 2012 o número
caiu para 121 --uma redução de 5,5 vezes. Em 2011, foram 238 diplomas
revalidados.
Percebe-se claramente
fundamentado nos resultados que, os médicos submetidos ao Revalida foi em larga
escala reprovados porém, importante que se diga que esses mesmos profissionais
irão trabalhar em área carente de toda infraestrutura de atendimento que é a
periferia.
Alia-se a falta de estrutura
ao profissional médico não devidamente preparado, insurge num resultado pouco
animador.
Alheio à essas questões,
segue a toque de caixa a implementação de importação de médicos.
Enquanto isso,
não se faz menção à mudança e implementação de ações que visem a melhora da
qualidade do ensino médico.
Somente se aventa nas tribunas do parlamento e nos
gabinetes em Brasília/DF, a criação de novas instituições de ensino médico em detrimento à falta de vagas nas residências, o sucateamento quando existem dos hospitais-escola,
laboratórios, professores bem remunerados e qualificados.
Difícil crer mas... ainda faltam
cadáveres!!!!!
Eis a matéria:
Médico
estrangeiro poderá atuar na periferia de grandes cidades
Médicos
com diploma obtido no exterior convocados
pelo governo brasileiro para atuar na atenção básica poderão ficar baseados
em grandes centros, como a cidade de São Paulo.
Para
isso, o profissional deverá atender regiões do município onde hoje há carência
de médicos, como a periferia da cidade. Desde o início do debate, o Ministério
da Saúde reforçou que o objetivo é atender essas regiões, além de municípios do
interior.
"Lógico
que a maior carência está no Norte e Nordeste, mas não são só os municípios do
interior. A periferia das grandes cidades também tem carência de médicos",
disse à Folha o ministro Alexandre Padilha (Saúde).
Ele
lembrou que alguns municípios da região metropolitana de São Paulo não
preencheram as vagas disponíveis no Provab, programa que dá pontos na prova de
residência para o médico que atuar em cidades com carência de profissionais.
Entre
elas estão, por exemplo, Biritiba-Mirim e Embu das Artes (ambas na Grande São
Paulo).
O
ministro defendeu ontem em audiência pública na Câmara dos Deputados a
autorização especial para que médicos com diploma estrangeiro atuem por um
determinado período no Brasil.
O
foco, disse, são profissionais de Portugal e Espanha, mas Padilha também
defendeu a qualidade de médicos de outros países, como Cuba.
"Não
existe preconceito do Ministério da Saúde em relação ao profissional médico
formado em Cuba", disse o ministro. Em encontro com o chanceler Antonio
Patriota, o ministro de Relações Exteriores de Cuba afirmou haver
disponibilidade da vinda de 6.000 médicos do país.
PORTUGAL
O
Ministério da Saúde quer ainda acelerar o reconhecimento de diplomas de médicos
de Portugal no Brasil.
O
tema foi tratado em encontro entre o ministro Padilha e seu homólogo português,
Paulo Macedo, na segunda-feira.
A
intenção é assinar, ainda nesta semana, acordo entre as pastas para por em
prática a medida. Hoje, já há um acordo que trata sobre o assunto, mas até
agora não houve resultado expressivo.
A
revalidação do documento seria mútua: brasileiros formados em medicina poderiam
ter o mesmo benefício no país europeu. Uma vez no Brasil, no entanto, esses
médicos não ficam obrigados a atuar numa determinada região ou na área básica
de saúde.
Comentário: João Bosco
Fonte: Folhaonline/Flávia Foreque
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