quinta-feira, 13 de junho de 2013

Médicos estrangeiros também atuarão na periferia das grandes cidades

Ignorando toda e qualquer manifestação de repúdio pelos seguimentos legitimamente envolvidos, o governo de forma autoritária e imediatista, segue na adoção da prática de importação de médicos.

Após a publicação da Portaria Interministerial nº 278/2011 que instituiu o Exame de Revalidação de Diplomas o chamado “Revalida”, o número de revalidação de diplomas de medicina obtidos no exterior sofreu queda expressiva, exame esse, organizado pelo Inep (órgão do Ministério da Educação) para medir os conhecimentos dos candidatos.

Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde), se em 2003 668 médicos tiveram o diploma estrangeiro revalidado no Brasil, em 2012 o número caiu para 121 --uma redução de 5,5 vezes. Em 2011, foram 238 diplomas revalidados.

Percebe-se claramente fundamentado nos resultados que, os médicos submetidos ao Revalida foi em larga escala reprovados porém, importante que se diga que esses mesmos profissionais irão trabalhar em área carente de toda infraestrutura de atendimento que é a periferia.

Alia-se a falta de estrutura ao profissional médico não devidamente preparado, insurge num resultado pouco animador.

Alheio à essas questões, segue a toque de caixa a implementação de importação de médicos.

Enquanto isso, não se faz menção à mudança e implementação de ações que visem a melhora da qualidade do ensino médico.

Somente se aventa nas tribunas do parlamento e nos gabinetes em Brasília/DF, a criação de novas instituições de ensino médico em detrimento à falta de vagas nas residências, o sucateamento quando existem dos hospitais-escola, laboratórios, professores bem remunerados e qualificados.

Difícil crer mas... ainda faltam cadáveres!!!!!  

Eis a matéria:

Médico estrangeiro poderá atuar na periferia de grandes cidades

Médicos com diploma obtido no exterior convocados pelo governo brasileiro para atuar na atenção básica poderão ficar baseados em grandes centros, como a cidade de São Paulo.

Para isso, o profissional deverá atender regiões do município onde hoje há carência de médicos, como a periferia da cidade. Desde o início do debate, o Ministério da Saúde reforçou que o objetivo é atender essas regiões, além de municípios do interior.

"Lógico que a maior carência está no Norte e Nordeste, mas não são só os municípios do interior. A periferia das grandes cidades também tem carência de médicos", disse à Folha o ministro Alexandre Padilha (Saúde).

Ele lembrou que alguns municípios da região metropolitana de São Paulo não preencheram as vagas disponíveis no Provab, programa que dá pontos na prova de residência para o médico que atuar em cidades com carência de profissionais.

Entre elas estão, por exemplo, Biritiba-Mirim e Embu das Artes (ambas na Grande São Paulo).

O ministro defendeu ontem em audiência pública na Câmara dos Deputados a autorização especial para que médicos com diploma estrangeiro atuem por um determinado período no Brasil.

O foco, disse, são profissionais de Portugal e Espanha, mas Padilha também defendeu a qualidade de médicos de outros países, como Cuba.

"Não existe preconceito do Ministério da Saúde em relação ao profissional médico formado em Cuba", disse o ministro. Em encontro com o chanceler Antonio Patriota, o ministro de Relações Exteriores de Cuba afirmou haver disponibilidade da vinda de 6.000 médicos do país.

PORTUGAL

O Ministério da Saúde quer ainda acelerar o reconhecimento de diplomas de médicos de Portugal no Brasil.

O tema foi tratado em encontro entre o ministro Padilha e seu homólogo português, Paulo Macedo, na segunda-feira.

A intenção é assinar, ainda nesta semana, acordo entre as pastas para por em prática a medida. Hoje, já há um acordo que trata sobre o assunto, mas até agora não houve resultado expressivo.

A revalidação do documento seria mútua: brasileiros formados em medicina poderiam ter o mesmo benefício no país europeu. Uma vez no Brasil, no entanto, esses médicos não ficam obrigados a atuar numa determinada região ou na área básica de saúde.

Comentário: João Bosco

Fonte: Folhaonline/Flávia Foreque

Grifo nosso


Sem comentários:

Enviar um comentário