Em
assembleia realizada ontem, 26 de junho, na sede da Associação Médica
Brasileira, com lideranças da área
associativa, sindical e conselhal de residentes e acadêmicos de medicina, além
das sociedades de especialidades médicas, foi decidido, por unanimidade,
que os médicos de todo o Brasil promoverão, em 3 de julho, um dia nacional de
mobilização contra a importação de médicos formados fora do Brasil sem a
revalidação do diploma.
Os médicos decidiram,
ainda, intitular o ministro da Saúde
Alexandre Padilha persona non grata entre as suas entidades de classe.
Como
solução para o problema da falta de profissionais de saúde em áreas remotas e
nas periferias, as lideranças médicas anunciaram que centrarão sua luta na
aprovação imediata da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 454/2009, que
cria a carreira médica nos serviços públicos federal, estadual e municipal,
semelhante à de juízes e promotores.
Segundo
a assembleia, a aprovação da PEC 454 é a garantia da interiorização de médicos
brasileiros para as áreas carentes de acesso à assistência. A medida evitaria a
necessidade de importação de médicos sem aprovação do Revalida e, dessa forma,
zelaria pela saúde da população.
O
problema do atendimento integral, contudo, não depende somente da melhor
distribuição geográfica de médicos. As entidades registram que, atualmente, o
SUS (Sistema Único de Saúde) enfrenta um grave caso de subfinanciamento e
também de distorções no processo de gestão.
É
sempre bom lembrar que, além de médicos, uma assistência adequada aos moradores
de áreas remotas só se dará quando a infraestrutura for completa, ou seja, com
hospitais, postos de saúde, profissionais de outras áreas, como nutricionistas,
cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas, enfermeiros; acesso a medicamentos, etc.
Os
médicos de São Paulo, logo após a assembleia na AMB, fizeram reunião de
emergência para definir o movimento de 3 de julho no Estado. Foi definido que
todas as entidades da classe, acadêmicos de medicina e residentes médicos
tomarão a Avenida Paulista, a partir das 16 horas, para uma passeata de
protesto.
O
ponto de encontro será na Associação Médica Brasileira (Rua São Carlos do
Pinhal, 324), de onde a passeata sairá rumo ao gabinete de representação da
presidência da República, na Avenida Paulista, 2163.
Médicos
e estudantes farão um panelaço simbolizando a necessidade de as autoridades
constituídas abrirem os ouvidos ao clamor dos brasileiros.
Grifo nosso
Fonte: Acontece Comunicação e Notícias / SBOT
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