O
Conselho Federal de Medicina (CFM) contesta as mudanças e a maneira como foram
determinadas as novas diretrizes curriculares em medicina. Mauro Luiz de Britto
Ribeiro, conselheiro representante do Mato Grosso do Sul no
CFM, chama atenção que as diretrizes de
2001 foram discutidas durante 10
anos e que as novas mudanças foram elaboradas ao longo de seis meses. “Foi uma discussão feita às pressas e
sem debate com profundidade necessária com as entidades médicas, academias e a
sociedade.
É
preciso entender que a má formação dos médicos na atualidade decorre da
abertura indiscriminada de escolas, muitas delas sem a menor condição de
funcionamento.
Não
é com novas diretrizes que estes problemas e deficiências serão solucionados”.
As
novas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de medicina entraram em
vigor nesta semana (23/06), com a publicação da Resolução 3/2014 no Diário
Oficial da União (DOU).
Algumas regras ditadas pela
Resolução 3/2014 a serem implementadas até 12/2018:
·
Criação
de 12 mil vagas de graduação e consequentemente, de residência médica;
·
Estágio
obrigatório no SUS na atenção básica e no serviço de urgência e emergência;
·
Internato
deve ter a duração mínima de dois anos, com 30% da carga horária cumprida no
SUS;
·
Os
estudantes serão avaliados pelo governo a cada dois anos, prova será elaborada pelo Inep (responsável
pela avaliação do ENEM).
Para
o conselheiro não existe estrutura física hospitalar e de preceptora para atender
esses chamamentos: “Observamos que faltam critérios para que essas escolas
funcionem. O que já encontramos são estruturas limitadas, sem laboratórios,
hospitais de ensino e professores capacitados (especialistas, mestres e
doutores)”, disse.
A
avaliação feita pelo INEP será obrigatória e o resultado será contado como
parte do processo de classificação para os exames dos programas de residência
médica.
O
Inep tem dois anos para começar a aplicar a avaliação.
Nos últimos 24 anos, o
número de escolas médicas
passou de 83 para 234 (aumento de 282%).
Desde
2011, passaram a funcionar 57 deles (51% privados).
Este
quadro coloca o Brasil em segundo lugar no
ranking mundial, atrás apenas da Índia, país com população seis vezes maior e
que tem 381 escolas.
Grifo nosso
Adaptação: João Bosco
Fonte: CFM
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