[...] Entidades que defendem os pacientes com
esclerose múltipla aguardam a incorporação de uma medicação administrada
oralmente, o fingolimode, no rol do Sistema Único de Saúde (SUS).
Márcia
Denardin, diretora da Associação dos
Portadores de Esclerose Múltipla de Santa Maria e Região (Apemsmar), no
Distrito Federal, diz que, hoje, tem uma vida normal, mas já sofreu muito por
causa da doença.
“Eu vivia internada, não conseguia fazer atividades
domésticas, sentia fadiga, formigamento”, relembra Márcia, que já teve que usar
cadeira de rodas em crises.
Na
última grande crise que teve, em abril de 2013, Márcia entrou com ação judicial pedindo o tratamento com o fingolimode
e, desde então, ressalta que tem até vergonha de dizer que tem a doença. “Tenho
uma vida normal”, assegurou.
Apesar
de ter funcionado no caso de Márcia, o neurologista
e professor da Santa Casa de São Paulo, Charles
Peter Tilbery, alerta que o medicamento é importante, mas não é a primeira
opção.
Também
não é indicado para todos os casos de esclerose múltipla, mas para cerca de 15%
dos pacientes, segundo ele. [...]
[...]
O fingolimode já tem a comercialização
autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A
inclusão do medicamento na lista da rede pública de saúde aguarda análise da
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, que exige documentos e
estudos que comprovem eficácia, segurança para o paciente e custo-efetividade
dos produtos.
Atualmente,
o SUS oferece três medicamentos para a
doença (betainterferonas, glatirâmer e natalizumabe).
Dados
da Apemsmar mostram que, em todo o Brasil, 1,6 mil pessoas recebem o fingolimode
com base em decisão judicial.
O
remédio custa pelo menos R$ 6 mil por mês. Se incluído na lista do SUS, o custo
será R$ 2,3 mil para os cofres públicos.
Segundo o especialista, a doença inflamatória acomete quem tem
vulnerabilidade genética, mas não há conclusões sobre a influência de fatores
externos.
Tilbery
ressalta que, apesar do que o senso comum induz a pensar, a esclerose múltipla
não é degenerativa: “No caso de a doença não ser tratada, é que traz
degeneração neurológica”.[...]
[...]
No Brasil, mais de 35 mil pessoas têm
esclerose múltipla.
Segundo
Tilbery, a maioria vai ter vida normal, sem redução de expectativa de vida,
caso siga corretamente o tratamento.
Ele
ressalta que, quanto mais cedo o paciente começar a se tratar, menor será a
possibilidade de degeneração.
Grifo nosso
Seleção: João Bosco
Fonte: Agência Brasil /
Aline Leal / Stênio Ribeiro
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