sexta-feira, 6 de junho de 2014

Pacientes com esclerose múltipla querem medicação oral na lista do SUS



 [...] Entidades que defendem os pacientes com esclerose múltipla aguardam a incorporação de uma medicação administrada oralmente, o fingolimode, no rol do Sistema Único de Saúde (SUS).

Márcia Denardin, diretora da Associação dos Portadores de Esclerose Múltipla de Santa Maria e Região (Apemsmar), no Distrito Federal, diz que, hoje, tem uma vida normal, mas já sofreu muito por causa da doença.

“Eu vivia internada, não conseguia fazer atividades domésticas, sentia fadiga, formigamento”, relembra Márcia, que já teve que usar cadeira de rodas em crises.

Na última grande crise que teve, em abril de 2013, Márcia entrou com ação judicial pedindo o tratamento com o fingolimode e, desde então, ressalta que tem até vergonha de dizer que tem a doença. “Tenho uma vida normal”, assegurou.

Apesar de ter funcionado no caso de Márcia, o neurologista e professor da Santa Casa de São Paulo, Charles Peter Tilbery, alerta que o medicamento é importante, mas não é a primeira opção.


Também não é indicado para todos os casos de esclerose múltipla, mas para cerca de 15% dos pacientes, segundo ele. [...]

[...] O fingolimode já tem a comercialização autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A inclusão do medicamento na lista da rede pública de saúde aguarda análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, que exige documentos e estudos que comprovem eficácia, segurança para o paciente e custo-efetividade dos produtos.

Atualmente, o SUS oferece três medicamentos para a doença (betainterferonas, glatirâmer e natalizumabe).
Dados da Apemsmar mostram que, em todo o Brasil, 1,6 mil pessoas recebem o fingolimode com base em decisão judicial.

O remédio custa pelo menos R$ 6 mil por mês. Se incluído na lista do SUS, o custo será R$ 2,3 mil para os cofres públicos.

Segundo o especialista, a doença inflamatória acomete quem tem vulnerabilidade genética, mas não há conclusões sobre a influência de fatores externos.

Tilbery ressalta que, apesar do que o senso comum induz a pensar, a esclerose múltipla não é degenerativa: “No caso de a doença não ser tratada, é que traz degeneração neurológica”.[...]

[...] No Brasil, mais de 35 mil pessoas têm esclerose múltipla.

Segundo Tilbery, a maioria vai ter vida normal, sem redução de expectativa de vida, caso siga corretamente o tratamento.

Ele ressalta que, quanto mais cedo o paciente começar a se tratar, menor será a possibilidade de degeneração.

Grifo nosso

Seleção: João Bosco

Fonte: Agência Brasil / Aline Leal / Stênio Ribeiro

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