RDC
54 chega para acabar com roubos e fraudes de medicamentos e, inclusive, evitar
retrabalho para fracioná-los e re-identificá-los nos hospitais.
Quem
não está por dentro do funcionamento de um hospital não imagina que dentro das
farmácias exista uma verdadeira linha de produção industrial.
A
maioria dos medicamentos que chega na unidade de assistência não está adequada
para ser distribuída e administrada de maneira segura.
Isso
acontece porque cerca de 70% do que a
indústria farmacêutica produz é voltada para o varejo e não para a realidade
hospitalar.
A
necessidade de uma embalagem de medicamento por dose unitária, para atender
cada paciente, facilitar a distribuição e o rastreamento interno, fez com que
os hospitais tivessem que investir em pessoas, sistemas e equipamentos – como
impressoras de etiquetas – para fracionar as doses dentro de suas farmácias.
Enquanto
as normas de rastreabilidade, que englobam os diversos elos dessa cadeia (fabricante,
fornecedor, distribuidor, transportador, comprador e consumidor) amadurecem no
Brasil – impulsionadas pela RDC 54/2013 da Anvisa, os hospitais precisam
tomar iniciativas para minimizar os erros de administração medicamentosa, já
que muitas etapas fazem parte deste processo: identificação correta,
prescrição, distribuição, dispensação, monitoramento e uso.
De
acordo com a supervisora farmacêutica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz,
Alessandra Gurgel, 1/3 dos eventos
adversos que acontecem dentro dos prestadores são por causa da semelhança entre
as embalagens.
A
produção de etiquetas e o uso do datamatrix – código de barras bidimensional –
foi a saída encontrada pelo hospital para diminuir erros e monitorar a
rastreabilidade das drogas.[...]
[...]
A assessora especial do Gabinete do
Diretor Presidente da Anvisa, Ana Paula Teles, listou uma série de outros benefícios esperados para a cadeia:
controle e redução das falsificações de medicamentos, menos roubos e desvios,
possibilidade de gerir riscos, otimização de logística, custos, ações
sanitárias, entre outros.[...]
Os
benefícios e oportunidades que a
rastreabilidade pode gerar ainda não são completamente conhecidos para um
país que ocupa a 7° colocação no mundo em consumo de medicamentos e movimenta
mais de R$ 60 bilhões por ano.
Entretanto,
Vecina defende que a medida vai levar o Brasil para outro patamar na relação
comercial e técnica.
Indústria: como começar?
O presidente da Interfarma, Antônio Britto, faz uma ressalva em
relação aos dados apropriados neste sistema de rastreabilidade, pois, além de
interesses sanitários, possuem interesses comerciais. “É preciso resguardar o
acesso correto em função da divisão de interesses”, afirma.
Britto
sugere aos elos que realizem parcerias para a implantação do sistema,
respeitando o sigilo comercial de cada um. [...]
Grifo nosso
Fonte: Saúde Web / Verena
Souza / BVMS
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