Designado
relator da Medida Provisória (MP) 653/2014, que flexibiliza a exigência da presença de farmacêutico durante todo o
horário de funcionamento das farmácias, o deputado Manoel Junior (PMDB-PB)
afirmou que buscará, para a elaboração de seu relatório, o equilíbrio entre as
condições das pequenas localidades brasileiras e as garantias legais para o bom
atendimento à população. [...]
[...] Desde que foi editada, a medida
provisória dividiu opiniões entre as entidades do setor farmacêutico e o
relator quer realizar audiências públicas para ouvir os segmentos envolvidos.
A MP 653/2014 foi editada em 8 de agosto, no
mesmo dia da sanção da Lei 13.021/2014, que regulamenta o exercício das
atividades farmacêuticas, determinando a presença obrigatória de farmacêutico
por todo o tempo em que a farmácia estiver aberta ao público.
A
MP flexibilizou essa regra para farmácias caracterizadas como micro ou pequenas
empresas, que poderão funcionar com a presença de um prático inscrito no
conselho da categoria, desde que o órgão sanitário de fiscalização local
confirme a inexistência de farmacêutico na localidade e licencie o
estabelecimento em nome do interesse público e da necessidade da existência de
farmácia ou drogaria.
Divergência
Enquanto
a Associação Brasileira de Comércio
Farmacêutico (ABCFarma) considera a flexibilização essencial para a
sobrevivência de pequenas farmácias, o Conselho
Federal de Farmácia afirma que a medida expõe os consumidores ao risco de
atendimento inadequado pela falta de orientação de um farmacêutico. [..]
[...]
A presidente do colegiado, senadora Vanessa Grazziotin, aguarda a sinalização
do relator para agendar o próximo encontro do grupo e para marcar as audiências
públicas. A MP perderá validade se não for votada pelas duas casas do Congresso
até o dia 5 de dezembro.
Vanessa,
que é farmacêutica, foi relatora do projeto que deu origem à Lei 13.021/2014,
aprovado em julho pelo Senado, após mais de 20 anos de tramitação no Congresso.
[...]
Para
a busca de acordo em torno da MP, a comissão ouvirá os donos de farmácias, os
farmacêuticos e o governo.
Em
nota, o Ministério da Saúde se
posicionou sobre o assunto e negou que a MP dê a todas as farmácias que sejam
micro ou pequenas empresas o direito de funcionar apenas com um técnico de
nível médio.
Conforme
afirma, essa possibilidade será aberta apenas àquelas localizadas em região
onde se confirme a ausência de farmacêutico e onde se ateste o interesse
público para que o estabelecimento exerça suas atividades.
Já
a integrante da comissão parlamentar do Conselho Federal de Farmácia Gilcilene
Chaer argumenta que essas dificuldades das pequenas cidades hoje são resolvidas
por meio da assinatura de Termos de Ajuste de Conduta (TAC), não sendo
necessária previsão legal.
Ela afirma ainda que toda a demanda por
farmacêuticos em breve estará atendida, uma vez que o número desses
profissionais já passa de 180 mil e a cada ano mais dez mil novos farmacêuticos
são formados e buscam uma vaga no mercado de trabalho.
Titulo original: Comissão
Mista - Acordo para votar MP das Farmácias
Grifo nosso
Fonte: Agência Senado /
Poder e Saúde
Imagem: Reprodução
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