O Brasil ultrapassou os EUA em número de
cirurgias plásticas e se tornou o líder mundial nessa área, respondendo por 12,9% dos 11,6 milhões
de procedimentos.
O país fez 1,49 milhão de operações estéticas
em 2013, contra 1,45 milhão dos EUA, aponta relatório da Isaps (Sociedade
Internacional de Cirurgia Plástica Estética).[...]
[...] Em número de procedimentos estéticos não cirúrgicos (aplicação de botox, por
exemplo), os norte-americanos continuam
na frente. [..]
[...] A
forte concorrência (são 5.473 especialistas) também levou a uma queda nos
preços dos procedimentos estéticos, segundo João de Moraes Prado, presidente da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. "Antes, só a classe A e uma
parte da B tinham condições de pagar."
As cirurgias mais frequentes realizadas no Brasil são a lipoaspiração (228 mil),
seguida do aumento das mamas por silicone (226 mil) e da elevação dos seios
(140 mil).
Dos 19 tipos de cirurgias plásticas que
aparecem na pesquisa, o Brasil é líder mundial em dez, entre elas as de
rejuvenescimento vaginal, de aumento de glúteos e as cirurgias de nariz e
orelhas.
As mulheres
são responsáveis por 88% das operações estéticas, mas os procedimentos vêm
crescendo entre os homens. "Em pesquisas anteriores, eles respondiam por
6%. Estão mais vaidosos", diz Uebel.
DENÚNCIAS
Não há informações se o aumento de cirurgias no Brasil levou a um
crescimento de erros ou intercorrências envolvendo os procedimentos.
Para Prado Neto, normalmente "uma coisa
leva a outra". Mas ele reforça que 97%
dos processos éticos relacionadas à área (289, em 2012) se referem a médicos
não especialistas em cirurgia plástica. "Nossa especialidade foi
invadida por médicos sem formação adequada", diz ele.
Para ter título
de especialista, explica Prado Neto, são necessárias 15,5 mil horas de curso. "Tem gente operando após
fazer cursos de 400, 550 horas, que não são reconhecidos nem pelo Conselho
Federal de Medicina nem pelo Ministério da Educação."
Segundo Uebel, quando as denúncias envolvem cirurgiões plásticos, 60% se referem a problemas na relação entre o médico e o paciente.
"Acontecem porque o médico não explicou
direito o procedimento ou não deu atenção ao paciente. Mas isso vem melhorando."
[...]
[...] O levantamento durou quatro meses e foi
realizado pela Industry Insights, empresa de desenvolvimento de pesquisa em
Ohio nos EUA.
Grifo nosso
Fonte: Folha de São Paulo / Cláudia Collucci
Imagem: Google / abril.com.br
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